Governo reúne-se hoje. Recorde de novos casos traz medidas adicionais?
Portugal contabilizou, na quarta-feira, o número diário de novos casos mais elevado desde o início da pandemia. O Governo reúne-se hoje, em Conselho de Ministros, e poderá, eventualmente, decidir novas medidas de combate à pandemia.
O Governo reúne-se, esta quinta-feira, em sede de Conselho de Ministros para eventualmente decidir novas medidas de combate à pandemia, depois de ter sido aprovado o Estado de Emergência até 15 de janeiro. O número recorde de novos casos, divulgado na quarta-feira, e as declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, levam a crer que vêm aí mais medidas.
No Parlamento, durante o debate do Estado de Emergência, a ministra da Saúde deixou a seguinte mensagem: "Para aqueles que nos referem que a utilização que fizemos [do Estado de Emergência] foi excessiva ou desnecessária, gostávamos de referir que hoje temos uma situação epidemiológica que mostra bem a necessidade de recursos a mecanismos excecionais. Mecanismos excecionais que enquadrem aquilo que são as restrições que precisamos de realizar para proteger a saúde de todos".
As declarações de Marta Temido surgiram no dia em que Portugal registou 91 óbitos e 10.027 infetados pela Covid-19, segundo o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS). É o número de novos casos mais elevado desde o início da pandemia no país. Com esta atualização, Portugal passa a contabilizar, no total, 446.606 contágios e 7.377 mortos.
Também ontem, a ministra da Saúde enviou um email à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo a pedir que todos os hospitais concentrem os recursos humanos na área dos cuidados intensivos, com efeitos imediatos, suspendendo toda a atividade não urgente.
Em resposta ao Notícias ao Minuto, o Ministério da Saúde esclareceu que a decisão surgiu "para dar resposta a necessidades de internamento decorrentes de uma procura potencialmente crescente".
De acordo com o Expresso, antes da reunião entre os vários ministros o Governo teve oportunidade, na quarta-feira, de reunir com o grupo de especialistas. Já segundo o Jornal de Negócios, entre as medidas que poderão vir a ser adotadas pelo Executivo contam-se horários do comércio mais limitados, novas restrições à circulação e, em última análise, o encerramento de escolas.
Seja qual for a decisão do Executivo de António Costa, certo é que há também alguma pressão política para mais restrições: o presidente do PSD pediu o ajustamento de algumas medidas e a melhoria da resposta do Serviço Nacional de Saúde. "As coisas têm de afinar", nomeadamente o recolhimento a partir das 13h00 ao fim de semana, o que tem provocado "aglomerados brutais de pessoas" de manhã, por exemplo, nos estabelecimentos comerciais, considerou Rui Rio.
Ministra alerta para nova pressão nos hospitais e dias "muito duros"
Depois das festas (possíveis) do Natal e Ano Novo, as campainhas começaram a tocar. A ministra da Saúde alertou que Portugal enfrenta uma nova "fase de imensa pressão" no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que os próximos dias vão ser "muito duros", devido ao crescimento de casos da Covid-19.
Estamos novamente numa fase de imensa pressão no SNS e estamos a procurar responder, mas precisamos da ajuda de todos", afirmou a ministra, no início da vacinação na Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Misericórdia de Mora, Évora, na quarta-feira. Antes, vários especialistas tinham também alertado que havia tendência para o número de casos subir.
O que está a ser feito nos outros países?
A Alemanha decidiu prolongar as medidas de restrição por causa da pandemia até 31 de janeiro - incluindo o encerramento de escolas e lojas não essenciais - e endurecer algumas delas, anunciou o Governo alemão.
O Governo suíço está a ponderar prolongar até ao final de fevereiro as medidas de luta contra a propagação da Covid-19, numa altura em que o país regista um elevado número de casos de contágio.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou um confinamento de seis semanas para conter a aceleração da pandemia em Inglaterra, incluindo o encerramento das escolas até pelo menos 5 de fevereiro.
Um confinamento na Escócia foi também anunciado pela chefe do governo autónomo, Nicola Sturgeon, determinando que as pessoas fiquem em casa, exceto por razões de força maior, para ajudar a aliviar a sobrecarga dos hospitais e unidades de cuidados intensivos.
As outras regiões britânicas, Irlanda do Norte e País de Gales, que também têm autonomia em termos de política de saúde, já tinham iniciado confinamentos após o Natal.
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