UE: Atlântico é "crítico" para capacidades espaciais europeias
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, identificou hoje o Atlântico como uma área "crítica" para o desenvolvimento de capacidades espaciais europeias, nomeadamente como "terreno de experimentação" para a observação de fenómenos climáticos e comunicações.
© Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens
País Manuel Heitor
Falando aos jornalistas durante uma conferência de imprensa à margem da Conferência Europeia do Espaço, Manuel Heitor frisou que os mais recentes relatórios científicos mostram que "as transições climáticas dependem particularmente das interações entre os oceanos e o clima" e salientou a necessidade de se tornar o Atlântico numa área de "ensaio para interações entre novos sistemas espaciais, incluindo observações da Terra, mas também comunicações".
"Só através do Espaço é que podemos ter, não apenas a consciência, mas também os métodos de observação necessários para entrarmos num novo equilíbrio que precisamos que se opere nos próximos anos, no que se refere à neutralidade carbónica, mas também ao novo equilíbrio entre a atividade económica e o planeta Terra", frisou o ministro.
Nesse âmbito, o Atlântico terá um lugar privilegiado, segundo Manuel Heitor, porque permitirá à Europa "expandir-se para o mundo azul" e trabalhar na interação entre o clima e o oceano que "irá ser crítica nos próximos anos, incluindo na prevenção de pandemias".
"Se quisermos prevenir futuras pandemias, temos de perceber melhor as questões climáticas subjacentes, começando pelas interações entre os oceanos e o clima. É por isso que a nossa abordagem ao Atlântico é tão importante", frisou.
O ministro referiu assim que é necessário "fazer mais", nomeadamente através da construção de uma "constelação de microssatélites" no Atlântico.
"Fazer mais significa, antes de mais, desenvolver no Atlântico uma constelação de microssatélites, constituída inicialmente por oito a 16 microssatélites, que irão fornecer dados de alta resolução não só para a vigilância marítima, mas também para atividades em terra", sublinhou o ministro.
Além da importância que estes mecanismos terão para a monitorização das alterações climáticas, Manuel Heitor frisou também que são imprescindíveis para que as comunicações sejam possíveis em "áreas remotas".
"Quando observamos o que podemos fazer em áreas remotas, como áreas do oceano, só conseguimos fazer comunicações seguras se olharmos para a ótica e, cada vez mais, para a física quântica. (...) Isso só pode ser feito através de sistemas espaciais", frisou.
Manuel Heitor falava à margem da Conferência Europeia do Espaço onde, de manhã, tinha referido que o "principal objetivo" da presidência portuguesa em matéria espacial será a criação de um um "Espaço orientado para os cidadãos".
"O nosso principal objetivo é a mobilização de cada ator - tanto atores institucionais como o setor empresarial europeu - numa abordagem europeia do Espaço que é orientada para os nossos cidadãos. Um novo Espaço para as pessoas", referiu Manuel Heitor.
A Conferência Europeia do Espaço -- que se iniciou hoje e termina na quarta-feira -- junta líderes europeus, ministros e figuras empresariais e tem como tema o "lugar do Espaço num mundo em mudança".
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