"Estamos neste momento com muitos problemas ao nível dos funcionários. O trabalho 'em espelho' é muito complicado, porque exige mais funcionários para podermos dar um serviço de qualidade", disse à agência Lusa Maria Lisália Madeira.
A responsável, igualmente provedora da Santa Casa da Misericórdia de Avis, acrescentou que as baixas médicas de funcionários são outro dos "problemas" com que se deparam.
"Isso vai sobrecarregar a parte financeira das misericórdias, porque têm mais despesas com funcionários", disse.
Maria Lisália Madeira acrescentou ainda que a logística necessária para fazer face aos isolamentos dos utentes infetados é também um fator que tem "acrescido muito" as despesas das instituições.
"Temos misericórdias que já estão com graves problemas financeiros. A situação tende a piorar, porque o trabalho 'em espelho' fica muito mais dispendioso para a instituição, com todo o equipamento que tem de comprar, todos os desinfetantes", disse.
Um cenário que acontece quando, ao mesmo tempo, "as comparticipações dos utentes continuam a ser as mesmas e as ajudas são iguais, se não forem menos", acrescentou.
No entanto, a responsável reconheceu que a Segurança Social "tem ajudado" as instituições, sublinhando a importância que tem tido o programa "MAREESS" no recrutamento de funcionários.
No distrito de Portalegre, segundo Maria Lisália Madeira, das 24 misericórdias existentes, duas enfrentam surtos, nesta altura: Alter do Chão e Amieira do Tejo, no concelho de Nisa.
Em Alter do Chão, estão infetados na misericórdia local "49 utentes e 22 funcionários", enquanto em Amieira do Tejo há a registar "24 casos" ativos, referiu.
A presidente do secretariado regional de Portalegre da União das Misericórdias Portuguesas indicou ainda há conhecimento de quatro casos em Ponte de Sor, três em Sousel e dois em Avis e em Marvão.
"Nas outras [misericórdias] já tivemos vários casos, mas neste momento já está tudo dado como curado", disse.
A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus, o SARS-CoV-2) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.
Em Portugal, morreram 8.080 pessoas dos 496.552 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.