Passado quase um ano desde o início da pandemia no país, continuam a circular informações falsas sobre o novo coronavírus. Para acabar com algumas dúvidas, a DECO Proteste divulgou um esclarecimento para desfazer vários mitos sobre o vírus que provoca a doença Covid-19.
Dos secadores de mãos aos antibióticos: Suplementos e produtos que não são eficazes
Há vários suplementos, produtos ou dispositivos enganosos no mercado, que prometem eliminar o coronavírus.
Entre estes produtos, "cuja eficácia é desprovida de qualquer base científica", a DECO sublinha que "os secadores de mãos não são eficazes para matar o vírus", que as "lâmpadas ultravioleta, além de não eliminarem o vírus, não devem ser usadas para esterilizar as mãos ou outras áreas da pele porque a radiação UV pode causar irritações cutâneas", e que os "scanners térmicos também não são eficazes para detetar pessoas que desenvolveram febre e, portanto, podem estar infetadas".
Quanto a práticas ditas como preventivas contra o novo coronavírus, a maior organização de defesa do consumidor em Portugal vinca que "pulverizar soluções à base de álcool ou cloro no corpo inteiro não mata os vírus", podendo até ser uma prática perigosa se atingir os olhos ou a boca. Os antibióticos também "não funcionam contra os vírus, apenas contra bactérias".
Também o alho, que apesar de ser um alimento que pode ter algumas propriedades antimicrobianas, não protege contra o novo vírus.
Lavar o nariz regularmente com soro fisiológico, lavar as mãos com vinagre ou gargarejar com água e vinagre, limão ou bebidas alcoólicas e tomar banho a temperaturas elevadas, são outros dos mitos, adianta a DECO, associados ao novo vírus que em nada afetam a prevenção ou eliminação do mesmo.
Clima, mosquitos e encomendas da China
Não há nenhuma razão para acreditar que o frio ou a neve consigam eliminar o SARS-CoV-2, bem como que o coronavírus não se transmite em zonas quentes e húmidas. "A evidência mostra que a propagação pode ocorrer em todas as áreas geográficas", frisou a entidade.
Mais, até à data, "não há nenhuma informação ou evidência que sugira a transmissão do novo coronavírus por mosquitos". Como já foi verificado este é um vírus respiratório que se propaga, sobretudo, "através de gotículas respiratórias, provenientes da boca e do nariz, quando a pessoa infetada tosse, espirra ou, mesmo, quando fala".
Por fim, devido ao facto de o novo coronavírus ter sido identificado pela primeira vez na China, há muitas pessoas que têm medo de fazer encomendas deste país. De acordo com a DECO, "é pouco provável que as encomendas da China transmitam o vírus e o Centro de Controlo e Prevenção de Doença norte-americano e a OMS consideram-nas seguras".
Até ao momento, os dados indicam que o novo vírus sobrevive "pouco tempo em superfícies" e que se transmite, sobretudo, "através de gotículas de saliva".
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