Após ter sido noticiado que o Hospital Amadora-Sintra se encontrava a transferir doentes devido a problemas no fornecimento de oxigénio, a unidade hospitalar fez, esta noite, um esclarecimento, no qual refere que, afinal, serão transferidos, ao todo, 48 doentes e não 31, como tinha sido avançado há momentos.
Em comunicado, o hospital refere que "em momento algum os doentes internados estiveram em perigo de vida" devido há ocorrência e que os constrangimentos foram colmatados "com recurso a garrafas de oxigénio, envolvendo a mobilização de vários profissionais cujo esforço se agradece publicamente".
"Não está em causa a disponibilidade de oxigénio ou o colapso da rede, mas sim a dificuldade da estrutura existente em manter a pressão. Assim, é necessário aliviar o consumo de oxigénio para estabilizar a rede e repor a normalidade", explica a unidade de saúde.
O Amadora-Sintra sublinha ainda que "é o hospital da região Lisboa, e mesmo do país, com mais doentes Covid-19 internados" (363 pacientes infetados), o que representa um aumento de 400%, desde 1 de janeiro do ano.
Entretanto, após a divulgação da referida nota, o enfermeiro diretor do hospital, Rui Santos, prestou declarações aos jornalistas à porta do Amadora-Sintra.
O responsável acrescentou que todos os doentes que serão hoje transferidos são pacientes Covid-19 e que serão encaminhados para o "Hospital Santa Maria, de Setúbal, para o Egas Moniz, e para o Hospital de Campanha no Estádio Universitário de Lisboa".
Ainda sobre estes doentes, o enfermeiro precisou que nenhum se encontrava nos cuidados intensivos.
Quanto aos problemas verificados no sistema de oxigénio, Rui Santos reiterou que o "aumento da necessidade do oxigénio provocou a oscilações de pressão na rede" e que, com a transferência destes doentes, o hospital acredita que será suficiente para aliviar a situação.
"Nas últimas 72 horas abrimos três enfermeiras Covid-19 - 90 camas - no hospital. Vamos, agora, avaliar o impacto desta redução de doentes no hospital", afirmou, admitindo que, ainda assim, está também a ser avaliada a possibilidade de transferir "outros doentes não-Covid que têm necessidade de oxigénio".
Questionado se o hospital estava sem capacidade de receber mais doentes infetados com novo vírus, o diretor enfermeiro sublinhou que o hospital pode "continuar a receber doentes Covid-19", mas que tem de ir fazendo "um equilíbrio entre os doentes que internados e a rede de oxigénio".
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