O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Sales, está de visita à nova Unidade de Retaguarda Hospitalar de Coimbra, onde foram instaladas 30 camas para doentes Covid-19, para aliviar os hospitais da cidade.
À margem desta visita, Lacerda Sales foi questionado sobre o problema com o oxigénio no Hospital Amadora-Sintra que obrigou, na noite desta terça-feira, à transferência de mais de quatro dezenas de doentes.
Em resposta a esta pergunta, Lacerda Sales garantiu que "o Governo fará sempre todos os esforços para que estas situações não se voltem a repetir", mas salientou que "é preciso interpretar bem o que se passou" nestas unidade hospitalar porque não houve "nenhuma falta de oxigénio".
"Em mais de 350 doentes que estavam internados, mais de 150 estavam em ventilação não-invasiva", começou por explicar o governante, acrescentando que esta "exige altos fluxos, na ordem dos 40 a 60 litros por minuto".
"Obviamente que tendo muitos doentes com esta pressão de oxigénio isso vai levar a um aumento do constrangimento e a um aumento de pressão dentro da própria estrutura. Para evitarmos que a estrutura pudesse não vir a suportar essa pressão dentro das tubagens, o que se fez foi preventivamente poder transferir doentes para outros hospitais, e assim foi feito”, esclareceu Lacerda Sales.
O secretário de Estado aproveitou a abordagem sobre o tema para elogiar a colaboração entre os setores público e privado na operação de transferência de doentes.
Portugal está a equacionar pedido de ajuda internacional mas este "ainda não formalizado"
Durante a mesma intervenção, Lacerda Sales admitiu que Portugal está a equacionar pedido de ajuda internacional, mas que este "ainda não formalizado completamente".
"Enquanto formos tendo respostas e capacidade de responder às necessidades dos portugueses, vamos respondendo", afirmou, acrescentando que "obviamente que equacionamos cenários e planeamos sempre a possibilidade de acionar mecanismos de cooperação europeu".
"Há mecanismos de cooperação internacional, nomeadamente mecanismos ao nível da Comissão Europeia, que são ativados quando é necessário ativar esses mecanismos", sublinhou ainda o secretário de Estado, dando os exemplos de França, Espanha e Itália na primeira vaga da pandemia.
"Se viermos a necessitar desses mecanismos", continuou, Portugal recorrerá a eles, "nomeadamente em material e em recursos humanos".
"A área dos recursos humanos é uma área sempre difícil para nós e é natural que, como estados e como cooperação europeia, possa haver [...]. Há capacidade de ajuda, nesta altura, haverá com certeza por parte de outros Estados, como haverá noutras fases em que nós estejamos mais disponíveis, da nossa parte. Esses mecanismos são bidirecionais", frisou ainda o governante.
Recorde-se que, esta terça-feira, o jornal espanhol La Voz de Galicia garantiu que Portugal estava a explorar a hipótese de enviar doentes para Vigo. Já hoje, o jornal Expresso noticiou que o Governo estava em negociações com dois países europeus não identificados.
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