“Ainda não consegui descobrir uma vantagem que me convencesse a aderir ao Facebook. Aquilo que ganho em não estar lá é privacidade e tempo. São dois luxos hoje em dia”. Grosso modo, é desta forma que o jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares explica, em entrevista ao Diário de Notícias, a sua aversão face à rede social que celebra hoje 10 anos de existência.
Mas nada contra o Facebook em particular, antes por todas as redes sociais em geral. Para que não sobejem dúvidas, sublinha Miguel Sousa Tavares: “Odeio essa e outra qualquer rede social”.
Questionado sobre se, a título de exemplo, o Facebook não ajuda a divulgar trabalho, o jornalista reitera: “Não vejo vantagens nisso. Essa faz parte das desculpas clássicas, as pessoas que aderem para divulgar o seu trabalho ou porque querem encontrar colegas da primária. Não preciso de vender o meu trabalho dessa forma nem tenho interesse em encontrar colegas da primária (…). Por mais desculpas que arranjem, aquilo é uma agência de namoros”.
Sousa Tavares alerta ainda para o perigo que acarreta as empresas poderem exigir o acesso ao Facebook a um candidato a um posto de trabalho, “ para irem lá ver se o perfil lhes interessa ou não. Isto é tenebroso, é o ‘Big Brother’ voluntário”, acrescentando que esta é já uma questão deveras controversa nos Estados Unidos.
Para o escritor, além de “elitistas”, as redes sociais “refletem o isolamento em que as pessoas vivem”. Ao mesmo tempo, considera que “os jornais têm uma atitude suicidária em relação às redes sociais”, falando em “subserviência do jornalismo” face às mesmas, “de tal forma que as tornaram fonte de informação”.