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AR unânime em pesar pela morte do antifascista Amândio Silva

A Assembleia da República aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar pela morte do antifascista Amândio Silva, caracterizando-o como um "homem de Abril", lembrando a sua resistência contra o regime de Salazar.

AR unânime em pesar pela morte do antifascista Amândio Silva
Notícias ao Minuto

21:55 - 18/02/21 por Lusa

País Amândio Silva

No texto que acompanha a iniciativa, apresentada pelo PS, pode ler-se que Amândio Silva "participou em muitas ações de resistência", destacando-se a 'Operação Vagô', em que "se desviou um avião para lançar panfletos sobre Lisboa, Margem Sul e Faro, a denunciar o regime [de Salazar] e as eleições vizinhas".

Lembrando-o como um "resistente antifascista" e "homem de Abril", o texto sublinha que Amândio Silva foi "condenado a pesadas penas", tendo conseguido "asilo político no Brasil, onde permaneceu até à Revolução dos Cravos".

Após o 25 de Abril de 1974, foi dirigente do PS e membro da Comissão Nacional do partido até 1984, tendo ocupado outros cargos, entre eles, chefe de gabinete do Secretário de Estado da Emigração (1974/75), conselheiro da Embaixada de Portugal no Brasil (1984/1992) ou secretário-geral da Fundação Luso-Brasileira (1992/2004), refere a iniciativa.

Amândio Silva morreu no passado dia 31 de janeiro, em casa, na Parede, concelho de Cascais, aos 82 anos.

Dos seis revolucionários que integraram a 'Operação Vagô', em nome da Frente Antitotalitária dos Portugueses Livres no Estrangeiro, até então desconhecida, restam dois sobreviventes: Camilo Mortágua, em Portugal, e Fernando Vasconcelos, que reside no Brasil.

Constituído por Amândio Silva, Camilo Mortágua, Fernando Vasconcelos, João Martins, Maria Helena Vidal e Hermínio da Palma Inácio, o grupo embarcou com outros passageiros no avião 'Super Constellation' da TAP que naquele dia cumpria a rota entre Casablanca, em Marrocos, e Lisboa.

A operação liderada por Hermínio da Palma Inácio foi gizada por Henrique Galvão e incluiu o lançamento de milhares de panfletos, para denunciar "a farsa eleitoral que se realizaria dias depois", descreve o Museu do Aljube - Resistência e Liberdade.

No momento em que o avião da TAP se aproximava de Lisboa, Palma Inácio entrou armado no 'cockpit', logrando os antifascistas de realizar os planos do assalto.

"O avião sobrevoa Lisboa e outros pontos do país, com o comandante José Sequeira Marcelino a comunicar à torre de controlo no aeroporto de Lisboa que voava 'sob coação'. Os panfletos são lançados por uma janela de emergência e o aparelho ruma a Tânger, onde aterra em segurança", segundo a informação disponibilizada pelo Museu do Aljube.

Também em 1961, em janeiro, Henrique Galvão e o general Humberto Delgado tinham idealizado e posto em marcha a 'Operação Dulcineia', que culminou no desvio do paquete português 'Santa Maria', com 600 passageiros e 350 tripulantes, no mar das Caraíbas.

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