O voto de pesar foi apresentado pelo Partido Socialista e aprovado hoje por unanimidade, em sessão plenária.
Num texto que lembra o percurso de vida e musical do artista, os deputados socialistas sublinham que, ao longo dos seus 80 anos de carreira, Joel Pina "gravou mais de três centenas de discos e colaborou com músicos de renome, como Amália Rodrigues, com quem esteve durante cerca de três décadas", entre outros.
Na iniciativa é enaltecido o "grande contributo" do artista para o fado, "não só pela qualidade das suas execuções, do seu talento, da capacidade de inovar na criação artística, bem como, por ter sido um dos principais responsáveis pela introdução da viola baixo acústica naquele estilo musical".
"Sendo uma referência do fado, ganhou o epíteto de professor, como todos o consideravam", destaca o texto, lembrando a "participação determinante" do músico na elevação deste estilo musical enquanto Património Imaterial da Humanidade (UNESCO).
O músico Joel Pina morreu no passado dia 11 de fevereiro, em Cascais, onde se encontrava hospitalizado, a poucos dias de completar 101 anos.
Joel Pina era o nome artístico de João Manuel de Pina, nascido em 17 de fevereiro de 1920, músico que acompanhou Amália Rodrigues durante mais de 30 anos, assim como vários intérpretes portugueses e diferentes gerações do fado, de Maria Teresa de Noronha, a Teresa Tarouca, Max e Tristão da Silva, sem esquecer Nuno da Câmara Pereira, João Braga e Camané, entre os intérpretes de gerações mais recentes. Fez parte do Quarteto Típico de Guitarras de Martinho d'Assunção, do Conjunto de Guitarras de Raul Nery.
O músico foi homenageado em setembro do ano passado, no Teatro S. Luiz, em Lisboa, num concerto que contou com as participações, entre outros, de Maria da Fé, Mariza, Gonçalo Salgueiro, Mísia, Teresa Siqueira e Lenita Gentil, ao qual assistiu o primeiro-ministro, António Costa.
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