Segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), estes primeiros casos identificados em Portugal, através da sequenciação genómica, já tinham sido sinalizados como suspeitos pelos laboratórios UniLabs e Synlab, no âmbito da colaboriação que estes mantêm com o instituto.
"Os casos foram já reportados pelo INSA às Autoridades de Saúde, que já efetuaram as devidas diligências para o rápido rastreio de contactos e adoção de todas as medidas de saúde pública consideradas necessárias para a interrupção de potenciais cadeias de transmissão", adianta o INSA em comunicado.
Os casos foram identificados através do Núcleo de Bioinformática do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA, no âmbito da vigilância de base genética que desenvolve para monitorizar a circulação de variantes genéticas do SARS-CoV-2 de importância epidemiológica e clínica.
"A variante 501Y.V3 (P.1), primeiramente detetada no Brasil, em particular na região de Manaus (Amazónia), tem sido assinalada pelas autoridades de saúde mundiais como merecedora de especial vigilância dado o seu elevado potencial de transmissão, mas também devido ao facto de poder ser menos reconhecida por alguns dos anticorpos gerados no decurso de uma infeção, suscitando naturalmente uma atenção acrescida", sublinha o instituto.
A identificação destes primeiros casos surge na véspera da nova reunião de peritos para analisar a situação epidemiológica no país, no Infarmed, em Lisoa, onde será apresentada por parte do INSA "a nova abordagem de sinalização precoce de potenciais variantes genéticas que importa monitorizar".
No âmbito do "Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (covid-19) em Portugal", o INSA adianta, no comunicado, que "prosseguirá as atividades de vigilância laboratorial do SARS-CoV-2 em articulação com as autoridades de saúde, mantendo especial foco na deteção de novas introduções e monitorização da circulação de variantes a suscitar particular interesse pela comunidade científica e autoridades de saúde".
O objetivo deste trabalho de âmbito nacional, que o INSA está a desenvolver desde abril de 2020 com o Instituto Gulbenkian de Ciência e com a colaboração de mais de 60 laboratórios, hospitais e instituições de todo o País, visa principalmente "determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.461.254 mortos no mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 15.962 pessoas dos 797.525 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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