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"Se pudesse, voltava atrás", assume acusada de matar jovem no Algarve

Mariana Fonseca prestou declarações, esta quarta-feira, no Tribunal de Portimão, no início do julgamento relativo à morte do jovem Diogo Gonçalves, que foi esquartejado.

"Se pudesse, voltava atrás", assume acusada de matar jovem no Algarve
Notícias ao Minuto

12:00 - 24/02/21 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Homicídio

Mariana Fonseca, enfermeira acusada do homicídio do jovem Diogo Gonçalves, no Algarve, disse hoje em sede de audiência de julgamento, no Tribunal de Portimão, que, "se pudesse, voltava atrás".

A informação é avançada pela TVI24, que indica ainda que apenas Mariana aceitou falar perante o coletivo de juízes, impondo como condição que a outra arguida, Maria Malveiro, saísse da sala, pedido que o tribunal aceitou. Maria, de 21 anos, segurança, recusou prestar declarações.

De acordo com a estação de Queluz, Mariana nega a autoria do homicídio do jovem de 21 anos, alegando ser incapaz de matar alguém.

A arguida, que assumiu fazer "vida de casal" com Maria na casa dos seus pais, declarou que não tinha conhecimento que Diogo tinha recebido uma indemnização.

Nas palavras de Mariana, Maria "era paranoica" e andava sempre com uma faca. A arguida assumiu ainda saber que a companheira tinha abraçadeiras no carro.

A arguida reconheceu, no entanto, ter participado na ocultação do cadáver de Diogo - cujos restos mortais foram encontrados em Sagres e em Tavira -, mas alegou ter sido aliciada por Maria a fazê-lo, atribuindo-lhe, também, o desmembramento do corpo.

A enfermeira descreveu em tribunal que no dia em que ocorreu o crime, em 20 de março de 2020, chegaram as duas a casa de Diogo Gonçalves, em Algoz, Silves, cerca das 14h00, tendo-se lá dirigido a pedido de Maria, de 21 anos, na altura sua companheira, para que o informático lhe instalasse umas colunas no carro.

"Fiquei no carro a dormitar enquanto a Maria foi ao interior da casa e voltou, minutos depois, a dizer que precisava de ajuda", referiu Mariana, justificando o cansaço por ter terminado um turno no Hospital de Lagos, onde trabalhava.

Segundo a arguida, quando entrou na casa, encontrou Diogo "inconsciente" e "preso numa cadeira", o que a fez entrar em "pânico" e ficar "sem noção" do que se estava a passar.

"Verifiquei se tinha pulso e como não tinha, reanimei-o. Estava deitado sobre a cadeira, no chão, de barriga para cima", disse, acrescentando que após as manobras de reanimação, Diogo levantou-se e empurrou-a, tendo Maria pedido que saísse dali.

E prosseguiu: "Fui para o quarto e quando regressei à sala ele estava pálido, com marcas no pescoço e inconsciente, ao que a Maria me pediu para lhe ver o pulso, o que verifiquei, e não o vi a respirar".

Segundo a enfermeira, Maria pediu-lhe para a ajudar a limpar o local e tirar o corpo dali, para "ninguém saber" que lá tinham estado, o que fez. Depois, a segurança "embrulhou o corpo num cobertor e levou-o para a casa de banho", relatou.

Admitindo ter acesso fácil a medicamentos no Hospital de Lagos, onde trabalhava, Mariana negou, contudo, ter fornecido fármacos para adormecer a vítima, tal como consta na acusação, que refere ter sido utilizado diazepam para sedar Diogo.

Segundo Mariana, foi Maria quem desmembrou o corpo na garagem da casa que ambas partilhavam e para onde levaram o cadáver, no Chinicato, em Lagos. Afirmou, no entanto, desconhecer que a companheira pretendia apropriar-se do dinheiro da vítima.

As arguidas estão acusadas pelo Ministério Público (MP) dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver, dois crimes de acesso ilegítimo, um de burla informática, roubo simples e uso de veículo.

Segundo a acusação, as mulheres terão atraído Diogo Gonçalves para casa de uma delas, onde o mantiveram sequestrado com o objetivo de lhe extorquirem dinheiro, já que este tinha recebido 70 mil euros de indemnização pela morte da mãe, atropelada na zona de Albufeira, em 2016.

De acordo com o MP, as arguidas, Mariana Fonseca e Maria Malveiro "terão ido a casa da vítima, um engenheiro informático, situada na área de Silves, onde lhe terão dado disfarçadamente fármacos para o adormecerem e lhe terão apertado o pescoço até o matarem".

Em 21 de março, as suspeitas alegadamente desmembraram "o cadáver da vítima", guardando-o "em vários sacos de lixo", que nos dias seguintes "atiraram por uma arriba, em Sagres e esconderam na vegetação, em Tavira".

Em 27 de março, partes do corpo do jovem foram encontradas na zona do Pego do Inferno, em Tavira, e perto da Fortaleza do Beliche, em Sagres. Poucos dias, depois, em 2 de abril, a Polícia Judiciária deteve as duas mulheres.

[Notícia atualizada às 15h54]

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