Violação assumida no Instagram? Há um "sentimento de impunidade social"
UMAR sublinha que o caso é o reflexo de uma sociedade que ainda não encarou a "violência sexual e o assédio" como fenómenos que impedem "as mulheres de serem verdadeiramente livres e autónomas".
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País UMAR
A UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta condenou veementemente o caso do jovem que assumiu, através de um direto no Instagram, ter violado uma rapariga.
Independentemente da veracidade de tal afirmação e embora a investigação não tenha sido iniciada por ausência de uma denúncia formal, a UMAR repudia o sentimento de impunidade social que leva a que jovens ainda considerem natural e normal um ato tão desumano e violento como o ato da violação contra uma mulher, associando este episódio a uma experiência sexual transgressora. Mas, violação não é sexo, é crime!", pode ler-se num comunicado divulgado, ontem, pela associação.
Mais, para a UMAR, este caso é o reflexo de uma sociedade que ainda não encarou a "violência sexual e o assédio" como fenómenos que impedem "as mulheres de serem verdadeiramente livres e autónomas", que têm "consequências severas para a sua saúde física e mental".
"Atos destes vão continuar a acontecer e as vítimas vão-se sentir cada vez menos protegidas e desencorajadas a denunciar. Todos somos responsáveis para não permitir que isto aconteça! Basta de violência sexual, basta de violência machista", declarou ainda a associação.
Ainda durante o dia de ontem, o Ministério Público (MP) do DIAP de Viseu instaurou um inquérito ao caso junto da Procuradoria-Geral da República.
A queixa apresentada diz respeito a um direto partilhado no Instagram, no qual um jovem revela que já violou uma mulher, que teve depois de ser socorrida pelo INEM, após ter sido questionado por internautas sobre a cena "mais bizarra" que já teria feito durante um ato sexual.
Entre risos, o rapaz recusa-se inicialmente a partilhar, mas o amigo que está ao lado revela: "Já sei o que foi, violar uma gaja e ir lá o INEM". O jovem em questão acaba por assumir e identifica inclusive a jovem que terá sido violada.
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