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Futuro das IPSS passa por apoio domiciliário aos idosos

O coordenador regional de Castelo Branco da União das Misericórdias disse hoje que o futuro das instituições portuguesas de solidariedade social (IPSS) passa pela aposta no apoio domiciliário aos idosos.

Futuro das IPSS passa por apoio domiciliário aos idosos
Notícias ao Minuto

16:12 - 07/02/14 por Lusa

País Misericórdia

"Temos um problema sobre a sustentabilidade das IPSS no futuro. Já não é possível responder às necessidades dos idosos, criando mais equipamentos. O envelhecimento da população vai continuar e as instituições têm que perceber, de uma vez por todas, que têm de apostar no apoio ao domiciliário aos idosos", referiu Joaquim Morão.

O coordenador do secretariado regional de Castelo Branco da União das Misericórdias Portuguesas falava durante o 1.º Encontro de Gerontologia da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, uma iniciativa integrada nas comemorações dos 500 anos da instituição.

Joaquim Morão disse ainda que nos últimos 40 anos houve mudanças significativas na população portuguesa, onde havia "uma população ativa e 40 anos depois existe um país de velhos".

Apesar das dificuldades que Portugal atravessa, Joaquim Morão explicou que "o país tem vindo a organizar-se para dar uma resposta ao envelhecimento da população".

"Se antes do 25 de Abril, praticamente eram as misericórdias a prestar um serviço de saúde e de assistência, nos últimos 25 anos surgiu uma nova realidade, as IPSS que se instalaram por todo o país".

O diretor distrital do Centro de Segurança Social de Castelo Branco tem a mesma opinião que Joaquim Morão e referiu que "o apoio domiciliário é o ideal".

Melo Bernardo disse que atualmente "parte das IPSS debate-se com grandes problemas", mas sublinhou que "a segurança social tem vindo a saber apoiar e ajudar" as instituições em geral.

"As dificuldades são muitas. Já há excesso de construção [de IPSS]. O que temos no distrito dá para responder às necessidades dos nossos idosos", disse.

O diretor distrital da Segurança Social explicou ainda que existem 158 IPSS no distrito de Castelo Branco, com 480 acordos de cooperação assinados, o que implica uma verba anual de 35,6 milhões de euros.

Melo Bernardo realçou a importância do setor social ao nível da empregabilidade no distrito de Castelo Branco, "onde existem cerca de 4.000 trabalhadores, grande parte deles altamente qualificados".

Para o futuro, o presidente distrital da segurança social não prevê que haja encerramento de IPSS, mas adianta que "muitas terão eventualmente que ser reconvertidas", nomeadamente "para responder às situações de demência".

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco referiu que atualmente "já só vão para a misericórdia pessoas, em média, com mais de 80 anos".

Cardoso Martins sublinhou ainda que nos próximos anos "vai entrar-se numa convulsão terrível das pessoas idosas com demência. Já é hoje uma realidade, mas tem tendência para crescer de forma vertiginosa".

O provedor da Misericórdia de Castelo Branco disse também que "muitas unidades a prestar serviço aos idosos terão tendência para ficar devolutas" e acrescentou que prevê que "o futuro vai ser muito difícil".

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