Jorge Coelho, que morreu, esta quarta-feira, aos 66 anos, foi muito próximo de António Guterres, atual secretário-geral das Nações Unidas. "Era um amigo queridíssimo, um homem que me acompanhou em momentos decisivos da minha vida, um homem perante o qual tenho uma dívida de gratidão que jamais poderia pagar e devo dizer que estou chocadíssimo", começou por dizer em reação à morte do antigo governante socialista.
"O Jorge Coelho era alegria de viver, era um homem do entusiasmo, de uma força interior, era a personificação da vida e saber que ele morreu é algo que, sinceramente, não consigo aceitar", admitiu ainda o secretário-geral da ONU.
Para António Guterres, o ex-político era "um homem de ideais, de uma extraordinária capacidade, um político inteligentíssimo, finíssimo".
"É uma grande perda para o país, mas é sobretudo uma grande perda para os amigos e os amigos eram muitos porque ele soube toda a sua vida mostrar toda a sua solidariedade. Estamos todos desolados"
Quando se encontravam, Guterres recorda que Jorge Coelho "enchia uma sala, contava histórias fabulosas". "Era uma personalidade fascinante e não consigo sequer conceber que ele já não esteja connosco", disse ainda.
Posteriormente, numa declaração enviada à agência Lusa, o secretário-geral do PS entre 1992 e 2002, afirmou ainda que Jorge Coelho "foi um admirável servidor da causa pública, um político de extraordinária inteligência e dedicação".
Recorde-se que o antigo dirigente socialista perdeu a vida devido a um ataque cardíaco fulminante, esclareceu a SIC Notícias depois de ter avançado inicialmente que o antigo governante teria sofrido um acidente de viação.
Jorge Coelho foi ministro Adjunto, ministro da Administração Interna, ministro da Presidência e do Equipamento Social nos dois Governos de António Guterres, entre 1995 e 2002. Abandonou a política em 2006 para se dedicar à atividade profissional na gestão de empresas.
Nascido em 17 de julho de 1954, em Mangualde, distrito de Viseu, era empresário, mas continuou sempre a acompanhar a atividade política. Marcou a atividade política ao demitir-se do cargo de ministro do Equipamento do executivo de António Guterres após a queda da ponte de Entre-os-Rios em 4 de março de 2001, alegando que "a culpa não pode morrer solteira".
Mais recentemente, substituiu António Costa no programa 'Quadratura do Círculo' (atual 'Circulatura do Quadrado'), tendo em agosto do ano passado passado o testemunho a Ana Catarina Mendes, alegando questões pessoais.
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