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Quase todas as as regiões do país viveram "situações graves" com surtos

Em quase todas as regiões do país têm acontecido "situações graves", ao longo da pandemia, relacionadas com surtos de covid-19 que vão aparecendo, com áreas críticas nas localidades mais pequenas, segundo uma análise hoje divulgada.

Quase todas as as regiões do país viveram "situações graves" com surtos
Notícias ao Minuto

12:27 - 13/04/21 por Lusa

País Covid-19

A análise sobre a "Evolução das áreas críticas no espaço e no tempo" foi apresentada hoje pela diretora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) na reunião no Infarmed, em Lisboa, sobre a situação epidemiológica no país que reúne peritos, políticos, o Presidente da República, o primeiro-ministro e a ministra da Saúde.

Segundo a investigadora, esta análise pretendeu identificar as áreas críticas em Portugal para a Covid-19, com base na incidência (casos novos por semana por 100 mil habitantes) e no risco relativo, que possibilita observar áreas com risco superior ou inferior ao que seria esperado, considerando a realidade nacional.

"A covid-19 não se distribui de forma aleatória no espaço. A observação das variações das áreas críticas ao longo da pandemia permite identificar padrões que podem indicar possíveis fatores -- por exemplo, densidade populacional, desemprego, ou zonas rurais versus zonas urbanas - que influenciam o aparecimento ou transmissão da infeção", adiantou Carla Rodrigues.

A análise mostra que se observaram variações ao longo da pandemia em todo o país e que em quase todas as regiões têm acontecido situações graves ao longo do tempo, relacionadas com os surtos que vão aparecendo, causando o aparecimento de determinada área crítica nas localidades mais pequenas.

No entanto, quando a análise é feita por períodos de tempo, apesar de ser possível identificar alguns padrões, não é ainda claro que fatores podem estar a influenciar estes padrões.

"Focando nas últimas cinco semanas, é evidente a existência de 'clusters' com riscos muitos elevados e alguns com consistência temporal", disse Carla Nunes, adiantando que na análise das áreas críticas identificadas "interessa considerar a sua grandeza".

"Mas a sua grandeza tem os conceitos de risco de incidência, de tendência, de número de casos e também a sua continuidade temporal, se é um fenómeno temporal ou se é consistente ao longo do tempo, explicou.

No caso de uma doença infeciosa, como a covid-19, defendeu, "é urgente com a transmissão rápida que existe, independentemente da consistência temporal, perceber o problema para definir estratégias específicas de atuação".

Esta análise estatística "apenas" identifica áreas críticas. Assim, para se poder utilizar informação quantitativa e qualitativa que permita perceber os fatores/causas que fazem destas áreas críticas, é necessário entender os contextos locais, envolver parceiros do terreno. Esta identificação local deve traduzir-se em maior precisão e segurança das decisões e da intervenção para conduzir a maior efetividade em Saúde Pública.

Em Portugal, morreram 16.918 pessoas dos 827.765 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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