"No tempo corrente, este Fórum Europeu deseja contribuir reflexivamente sobre a prevenção e combate ao cancro neste período pandémico e para a Saúde Educativa e Preventiva em Epigenética, numa aposta que tem de ser cada vez mais direcionada para hábitos preventivos", salientou à agência Lusa o investigador César Rodrigues, um dos organizadores do evento.
Para o embaixador da Associação Europeia de Saúde Educativa e Preventiva em Epigenética (AESEP), organizadora do fórum que Portugal acolhe, a prevenção surge "como objetivo principal" do combate contra o cancro no plano europeu.
Domingo, Dia Europeu dos Direitos dos Doentes, vários especialistas vão refletir sobre a prevenção no combate à doença oncológica em tempo de pandemia de covid-19, numa iniciativa em formato 'online', com comunicações transmitidas em regime livre.
"É um facto que [durante a pandemia] consultas de despiste e diagnósticos mais tardios venham a ter reflexo num aumento de casos no futuro próximo por não ter sido atempadamente trabalhada a prevenção e o diagnóstico", sublinhou César Rodrigues.
A União Europeia "está empenhada em contribuir para a alteração de comportamentos nocivos para a saúde e em fomentar hábitos de vida mais saudáveis num compromisso preventivo que melhore a qualidade de vida, sem esquecer o equilíbrio ambiental", frisou o investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) da Universidade de Coimbra.
Segundo o consultor em inteligência emocional e epigenética social, o plano de combate ao cancro está assente em pilares estratégicos: prevenção, diagnóstico, tratamento e qualidade de vida dos doentes e sobreviventes, e à terapêutica nutricional que considera reduzir a elevada prevalência de má nutrição associada à doença oncológica e suas consequências.
"Neste contexto, não vamos fugir às nossas responsabilidades enquanto AESEP e Observatório da Saúde dos Povos, pelo que promoveremos nos próximos quatro anos - em linha como o plano emanado do Parlamento Europeu - atividades educativas e formativas que favoreçam a literacia em saúde a partir do conhecimento científico pré-existente", anunciou César Rodrigues.
De acordo com o investigador, esse caminho vai ser trilhado "com uma boa gestão de informação em saúde para que a sua divulgação se torne acessível aos cidadãos portugueses, bem como aos cidadãos oriundos dos países de língua portuguesa que se encontrem em território europeu".
"Pretendemos, deste modo, enquanto parceiros, alargar à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) esta premissa de prevenção em saúde humanitária e de desenvolvimento social e cultural", referiu.
O Fórum Europeu de Saúde e Epigenética 2021 é um "evento de expressão europeia e de grande atualidade que recebe a colaboração e parceria de prestigiadas instituições", como a AESEP, a ACN Itália (Active Citizenship NetWork), a European Patients Rights Day e o Observatório da Saúde dos Povos.
Entre os oradores convidados, a organização destaca as comunicações da eurodeputada Sara Serdas, presidente de Grupo de Trabalho de Saúde Pública: Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar; Mariano Vota, diretor da ACN e criador da Carta Europeia dos Direitos dos Doentes, e Teresa Flor de Lima, anestesiologista de cuidados paliativos e diretora científica do Observatório da Saúde dos Povos do Hospital de St. Louis de Lisboa.