Marcelo evoca exemplo português para defender união global contra Covid

O Presidente da República afirmou hoje, perante o Fórum Empresarial Ibero-Americano, que Portugal tem um consenso político fundamental no combate à covid-19 e advertiu que nesta pandemia" ninguém se salva sozinho" e todos estão no mesmo barco.

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Lusa
20/04/2021 17:25 ‧ 20/04/2021 por Lusa

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Ibero-Americana

A experiência portuguesa no plano político no combate à covid-19, ao longo do último ano, foi tema central da intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa neste fórum, na capital de Andorra, num evento que antecede o começo oficial da XVVII Cimeira Ibero-Americana ao fim da tarde de hoje.

"Tem de haver consenso político. Em Portugal, mais de 80% dos deputados dos partidos do parlamento aceitaram ao longo de mais de um ano o estado de emergência, os confinamentos e os desconfinamentos. Mesmo quando discordam de pontos de pormenor, os que votam a favor, ou os que se abstêm, viabilizando a solução, são mais de 80%", disse.

Com o rei e o primeiro-ministro de Espanha a escutá-lo, entre outros chefes de Estado e de Governo, o Presidente da República referiu-se às reuniões do Infarmed, em Lisboa.

"Em Portugal, todos os 15 dias, houve reuniões entre epidemiologista, sanitaristas, Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, Governo, líderes de todos os partidos parlamentares para discutir e para projetar o futuro face à crise pandémica. Consenso político ainda é preciso neste momento e no futuro, porque se trata de uma questão global e não de uma questão eleitoral, partidária, de um grupo social ou económico" disse.

Depois, Marcelo Rebelo de Sousa deixou um conjunto de avisos, começando por salientar que esta questão do combate à pandemia "é de todos".

"Estamos todos no mesmo barco, ninguém de salva sozinho. A vacinação é uma prioridade, todos, vacinação universal, global e igualitária. Só isso permite desenvolvimento sustentável. Sem isso é uma ilusão acreditar num desenvolvimento sustentável", defendeu o chefe de Estado.

Em outro plano, o Presidente da República considerou essencial que se comece a "preparar a recuperação e a reconstrução económica e social".

"E não é suficiente regressar a 2019, porque o que passou a passou, a vida das pessoas e das sociedades mudou, a Europa mudou e o mundo ibero-americano também mudou. Reconstruir significa preparar com todos os meios internos e internacionais", advertiu.

Em relação aos trabalhos plenários da Cimeira Ibero-Americana, que decorrem na quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou apoio a uma proposta que estão em cima da mesa apresentada por Espanha e Argentina, visando uma mudança na atuação do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"É preciso levar mais longe a solidariedade no mundo Ibero-Americano. A proposta espanhola e argentina para a cimeira é importante, porque passa pelo FMI. Assim como a Europa vai criar inevitavelmente um novo sistema financeiro, é preciso que o FMI ajude nas sobretaxas, nos desembolsos, nas condições de prazo de financiamento, nos direitos de saque especial. O FMI tem de ajudar, caso contrário é mais difícil construir a solidariedade para a reconstrução do futuro", advogou o Presidente da República.

Leia Também: Marcelo pede aos portugueses no estrangeiro que votem nas eleições

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