Homicida de Candé: "Quando vi o riso dele em tom de gozo perdi a cabeça"
Evaristo Marinho confessou, o primeiro dia de julgamento, ter matado o ator. Foram disparados seis tiros em direção a Bruno Candé Marques.
© Facebook/Bruno Candé Marques
País Bruno Candé Marques
Evaristo Marinho confessou, no primeiro dia de julgamento, ter matado Bruno Candé Marques, ao disparar seis tiros na direção do ator, em plena via pública, em Moscavide. O crime aconteceu a 25 de junho de 2020 e, no Tribunal de Instrução Criminal de Loures, o homem referiu: "Quando vi o riso dele em tom de gozo perdi a cabeça". As informações são reveladas pelo jornal Público.
Ainda de acordo com a publicação, a juíza que preside ao caso sublinhou a "estranheza" e a "forma desprendida" com que Evaristo Marinho descreveu o sucedido. Além disso, frisou também a "ausência de qualquer sentimento".
De recordar que o homicida foi acusado pelo Ministério Público (MP) do crime de homicídio qualificado, agravado por ódio racial. "Vai para a tua terra, preto!", "Tens toda a família na senzala e devias também lá estar", "Fui à c*** da tua mãe e daquelas pretas todas! Eu violei lá a tua mãe" e "Anda cá que levas com a bengala, preto de m****" foram as expressões dadas como provadas e que constam no despacho de acusação.
Como aconteceu o crime
O alerta para a situação de disparos na avenida de Moscavide ocorreu pelas 13h20 em 25 de julho, e, quando a Polícia de Segurança Pública (PSP) chegou ao local, encontrou "um homem que tinha sido baleado em várias zonas do corpo por outro homem".
Fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP disse à Lusa, na altura, que o óbito foi declarado no local e que o homem responsável pelos disparos foi detido, tendo-lhe sido apreendida uma arma de fogo.
Posteriormente, em declarações aos jornalistas no local, o comissário do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP Bruno Pires adiantou que a vítima tinha "cerca de 40 anos" e o suspeito de homicídio tinha "cerca de 80 anos".
De referir que "o detido, após os disparos, foi retido por populares até à chegada da PSP", e "não ofereceu resistência".
Bruno Candé Marques era ator da companhia de teatro Casa Conveniente. Deixou três filhos menores de idade.
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