Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Almeirim (Santarém), disse hoje à Lusa que "não há razão nenhuma para não avançar" com a aplicação da vacina que previne a infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 no seu concelho após a conclusão, durante esta semana, da vacinação dos maiores de 50 anos e quando todos os dependentes conhecidos estão já vacinados.
Sublinhando que não foi fácil obter autorização da 'task force' que coordena o processo de vacinação para avançar mais cedo com o grupo dos maiores de 50, o autarca disse recear que, por a vacinação no seu concelho estar a ser "muito rápida", este venha a ser obrigado a andar mais devagar.
"Não há razão para não avançarmos e até para ajudarmos outros" neste processo, disse o autarca, defendendo que, na fase em que vai a vacinação, os critérios deveriam ser revistos.
O autarca afirmou ter já proposto que a gestão das vacinas seja feita por cada Agrupamento de Centros de Saúde, permitindo que, quando fosse atingido 85% de uma faixa, fosse possível passar para outra, respeitando o ritmo conseguido em cada local.
"Não vamos tirar vacinas a ninguém e quem acabar primeiro até pode colocar os seus meios à disposição para ajudar outros", disse, salientando não fazer sentido não avançar mais rapidamente onde é possível.
Para o também presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), até aqui a economia "ajudou, e bem, a saúde", sendo altura de "a saúde ajudar a economia", reforçando a capacidade de vacinação e de testagem por exemplo nas zonas do país em que o turismo tem um forte peso para o produto interno bruto nacional, como é o caso do Algarve.
Para Pedro Ribeiro, também não faz sentido que se mantenha a mesma matriz de risco que dita as medidas de confinamento para os concelhos a partir do rácio de 120 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias.
No seu entender, com a vacinação dos grupos mais vulneráveis praticamente concluída, é preciso reavaliar os critérios.
Almeirim possui um centro de vacinação com capacidade para administrar 1.050 vacinas diariamente, tendo, até sábado passado, feito um total de 12.782 inoculações, 8.444 das quais foram segundas doses, num concelho com uma população que ronda as 22.500 pessoas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.475.079 mortos no mundo, resultantes de mais de 167,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.021 pessoas dos 845.840 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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