"Continuarei a colaborar com o objetivo de caçar os maiores criminosos"
Rui Pinto reagiu no Twitter após ser conhecido o 'chumbo' da sua audição na Comissão de Inquérito ao Novo Banco. Para o pirata informático, "a simbiose entre política e os principais escritórios de advogados é uma das marcas deste regime socialista".
© Global Imagens
País Rui Pinto
Depois de ver a sua audição na Comissão de Inquérito ao Novo Banco ser chumbada, esta quinta-feira, Rui Pinto reagiu no Twitter mostrando o seu descontentamento pela decisão: "Em 47 anos de Democracia, serei porventura o primeiro cidadão a ser vetado de uma CPI, já durante o desenrolar avançado dos trabalhos", escreveu.
O hacker, "mais do que o mero veto", considerou que se "deve enaltecer o simbolismo da decisão e o seu significado político". Para Rui Pinto, "a simbiose entre política e os principais escritórios de advogados é uma das marcas deste regime socialista".
E acrescentou: "O sentido de voto dos deputados do PS, e as suas justificações eram mais do que expectáveis, para alguém como eu, que está convicto de que não será o PS a encetar reais esforços no sentido de travar a corrupção sistémica existente em Portugal".
O pirata informático fez ainda uma "menção" à deputada Cecília Meireles, do CDS-PP, e ao que considerou ser o "seu pré-juízo", "substituindo-se aos tribunais e violando a minha presunção de inocência". "Isso sim, é atentatório do Estado de Direito democrático", frisou.
Rui Pinto terminou agradecendo o convite de André Silva, dando a garantia de que continuará a fazer o seu trabalho "na colaboração com as autoridades, com o objetivo comum de caçar os maiores criminosos em matéria económico-financeira deste país".
"Nisso poderão contar sempre comigo", concluiu.
Em 47 anos de Democracia, serei porventura o primeiro cidadão a ser vetado de uma CPI, já durante o desenrolar avançado dos trabalhos.
— Rui Pinto (@RuiPinto_FL) May 27, 2021
Mais do que o mero veto, deve-se enaltecer o simbolismo da decisão e o seu significado político.
De recordar que na votação hoje efetuada na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, os deputados do PSD, BE, PCP e PAN votaram a favor, João Cotrim de Figueiredo (IL) absteve-se e PS e CDS-PP votaram contra.
Depois de um primeiro empate 8-8 (a votação é feita por número de deputados), os parlamentares esgrimiram argumentos sobre a forma de obtenção da informação a que Rui Pinto teve acesso, a questão que os dividiu.
A votação acabou por ser repetida com o mesmo resultado e, nos termos do Regimento da Assembleia da República, um empate à segunda votação equivale a rejeição.
Rui Pinto, de 32 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
Leia Também: Novo Banco. Audição de Rui Pinto chumbada após dois empates na votação
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com