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"Continuarei a colaborar com o objetivo de caçar os maiores criminosos"

Rui Pinto reagiu no Twitter após ser conhecido o 'chumbo' da sua audição na Comissão de Inquérito ao Novo Banco. Para o pirata informático, "a simbiose entre política e os principais escritórios de advogados é uma das marcas deste regime socialista". 

"Continuarei a colaborar com o objetivo de caçar os maiores criminosos"
Notícias ao Minuto

18:14 - 27/05/21 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Rui Pinto

Depois de ver a sua audição na Comissão de Inquérito ao Novo Banco ser chumbada, esta quinta-feira, Rui Pinto reagiu no Twitter mostrando o seu descontentamento pela decisão: "Em 47 anos de Democracia, serei porventura o primeiro cidadão a ser vetado de uma CPI, já durante o desenrolar avançado dos trabalhos", escreveu. 

O hacker, "mais do que o mero veto", considerou que se "deve enaltecer o simbolismo da decisão e o seu significado político". Para Rui Pinto, "a simbiose entre política e os principais escritórios de advogados é uma das marcas deste regime socialista"

E acrescentou: "O sentido de voto dos deputados do PS, e as suas justificações eram mais do que expectáveis, para alguém como eu, que está convicto de que não será o PS a encetar reais esforços no sentido de travar a corrupção sistémica existente em Portugal". 

O pirata informático fez ainda uma "menção" à deputada Cecília Meireles, do CDS-PP, e ao que considerou ser o "seu pré-juízo", "substituindo-se aos tribunais e violando a minha presunção de inocência". "Isso sim, é atentatório do Estado de Direito democrático", frisou. 

Rui Pinto terminou agradecendo o convite de André Silva, dando a garantia de que continuará a fazer o seu trabalho "na colaboração com as autoridades, com o objetivo comum de caçar os maiores criminosos em matéria económico-financeira deste país".

"Nisso poderão contar sempre comigo", concluiu. 

De recordar que na votação hoje efetuada na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, os deputados do PSD, BE, PCP e PAN votaram a favor, João Cotrim de Figueiredo (IL) absteve-se e PS e CDS-PP votaram contra.

Depois de um primeiro empate 8-8 (a votação é feita por número de deputados), os parlamentares esgrimiram argumentos sobre a forma de obtenção da informação a que Rui Pinto teve acesso, a questão que os dividiu.

A votação acabou por ser repetida com o mesmo resultado e, nos termos do Regimento da Assembleia da República, um empate à segunda votação equivale a rejeição.

Rui Pinto, de 32 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

Leia Também: Novo Banco. Audição de Rui Pinto chumbada após dois empates na votação

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