Acácio Pereira, Presidente do Sindicato da Carreira de Investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) falou aos jornalistas após a reunião que manteve, esta sexta-feira de manhã, com Eduardo Cabrita. À saída, o responsável asseverou que "o ministro insiste em soluções que não passem pela Assembleia da República".
"Nós já o dissemos e dizemos mais uma vez: o senhor ministro não contará com o nosso apoio. Lutaremos até onde nos for possível - e temos a vontade de ir muito longe - para garantir um serviço independente, um SEF que continue a garantir a segurança dos portugueses e dos cidadãos da União Europeia", acrescentou Acácio Pereira.
Hoje, nas palavras do responsável, o ministro da Administração Interna apresentou "um documento com três pontos sem nenhum enquadramento legal, sem nenhum diploma complementar, portanto, um diploma vago", considerou, apontando que "não aceitamos isto como negociação" ou como "alteração à estrutura do SEF".
E Acácio Pereira foi taxativo: "O que nós dizemos muito claramente é que somos frontalmente contra qualquer alteração que passe pela extinção do SEF. E qualquer alteração à estrutura do SEF deve ser feito num quadro parlamentar e não num quadro de política de baixo de gaveta feita pelo poder político".
O Presidente do Sindicato da Carreira de Investigação reiterou ainda que Eduardo Cabrita "insiste em soluções que não são claras, são confusas". "Isto não é negociação".
De recordar que os dois sindicatos dos inspetores do SEF reuniram-se com o ministro da Administração da Interna para analisar o estatuto destes profissionais no quadro da reestruturação do SEF.
Esta foi a primeira reunião que os inspetores do Serviço de Serviço de Estrangeiros e Fronteiras tiveram com Eduardo Cabrita após ter sido aprovada em Diário da República a resolução de Conselho de Ministros que define as orientações políticas para a reestruturação deste serviço.
A resolução determina quais as atribuições de natureza policial do SEF que vão transitar para a Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública e Polícia Judiciária, bem como as competências que vão passar para o Instituto dos Registos e Notariado, ficando o novo Serviço de Estrangeiros e Asilo com "atribuições de natureza técnico-administrativa".
[Notícia atualizada às 11h12]
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