UTAD forma 200 examinadores em caça maior e ajuda a mitigar doenças
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) formou 200 examinadores de caça maior, que ficam habilitados a examinar os animais no local da caçada e ajudam a mitigar doenças transmissíveis ao homem e aos animais.
© Facebook / Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
País UTAD
A academia sediada em Vila Real disse hoje, em comunicado, que leciona o único curso de exame inicial de caça a nível nacional, validado pela Direção-Geral Agricultura Veterinária (DGAV), criado em 2008.
"Estes 200 examinadores de caça em Portugal passam a participar no processo de colocação de carne de caça no mercado, em articulação obrigatória com o médico veterinário oficial que, no matadouro, recebe as peças de caça examinadas e emite a decisão sanitária", explicou Madalena Vieira-Pinto, docente da UTAD e coordenadora científica desta formação.
Citada no comunicado divulgado pela universidade, a responsável explicou que, "dependendo da decisão, as peças de caça poderão ser colocadas em mercado para venda ou para consumo próprio, ou não".
E acrescentou que a formação permite aos caçadores "maior sensibilização" relativamente a fatores de risco e medidas de controlo, na transmissão de várias doenças e contribuir para a "aplicação na prática com um efeito benéfico para a sua mitigação, tornando-se assim elementos fundamentais na proteção da saúde humana e animal".
Segundo a UTAD, nos últimos anos, o setor da caça tem sido confrontado com desafios no âmbito da sanidade cinegética através de doenças como a peste suína africana, nos javalis, a triquinelose e a tuberculose, entre outras.
Madalena Vieira-Pinto disse que, para enfrentar estes desafios, o setor "deverá consolidar conhecimentos na área, por exemplo através destes cursos de formação especializada, assim como deverá procurar a ciência para se aliar como parceira na mitigação coerente e sustentada dos problemas identificados".
A investigadora apontou ainda a importância de "um caçador formado e informado, mais atento e consciente" ser um "elemento fundamental para a sanidade cinegética e uma mais-valia para o setor".
Em 2008 foi criado na UTAD o primeiro curso de exame inicial de caça, validado pela DGAV, na sequência da publicação do regulamento (CE) n.º 853/2004, que prevê a "formação dos caçadores em sanidade e higiene" que permite realizar um exame inicial dos animais no local da caçada - sendo, até ao presente, a única entidade a nível nacional a oferecer estes cursos.
Posteriormente, em 2018, a universidade estabeleceu um protocolo com o Clube Português de Monteiros (CPM) para a parceria no alargamento da organização e implementação destes cursos no terreno.
A UTAD, DGAV e CPM têm colaborado "ativamente" para a concretização destes cursos, numa interação entre academia, autoridade competente e setor da caça.
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