"Eu compreendo bem o sentimento de que pode haver medidas que possam parecer não coerentes, elas próprias resultam até das orientações das organizações internacionais, nomeadamente do ECDC [Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças], em matéria de como lidar com um contacto de risco ou como lidar com o certificado de vacinação", afirmou a ministra.
Mariana Vieira da Silva falava na conferência de imprensa no final da reunião de hoje do Conselho de Ministros, que decorreu no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
"Aquilo que queria dizer é que a avaliação que leva a um confinamento e que não me cabe aqui a mim justificar, é uma avaliação individual. Em cada caso há uma decisão em função de critérios que eu não conheço e não me cabe a mim conhecer", salientou.
A ministra de Estado e da Presidência sublinhou também que à medida que exista uma "percentagem maior de população vacinada, o risco será sempre menor porque os contactos serão cada vez mais entre duas pessoas vacinadas e não entre uma pessoa não vacinada e uma pessoa vacinada".
"E por isso a nossa prioridade deve ser procurar controlar a pandemia e procurar alcançar primeiro a vacinação de todos com mais de 60 anos, o primeiro objetivo que aqui estabelecemos, e depois de todos os maiores de idade nesta fase. E esse é o objetivo fundamental, contradições ou incoerências ou perceções de que há regras distintas julgo que todos vivemos com elas há 15 meses e arrisco-me dizer que continuaremos por mais algum tempo", afirmou ainda.
Antes, Mariana Vieira da Silva reiterou que "não cabe ao Governo comentar essas decisões das autoridades de saúde" no que toca a pessoas com vacinação completa terem de cumprir isolamento após um contacto de risco, apontando que "é uma decisão que uma autoridade de saúde toma em função de um risco concreto que avalia".
"De resto, a Direção-geral da Saúde já disse que pondera a avaliação dessas normas. Mas essas normas não são posições de peritos, são ddecisões das autoriade de saúde que cabe a cada um de nós acatar", acrescentou.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.004.996 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 185 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.135 pessoas e foram registados 899.295 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.
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