Rede de tráfico na prisão de Paços de Ferreira conhece hoje decisão

Uma rede de 20 arguidos, incluindo um chefe da guarda prisional, que está a ser julgada pelo tráfico de estupefacientes e outros bens proibidos no interior da cadeia de Paços de Ferreira, deverá conhecer hoje a decisão do tribunal.

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Lusa
19/07/2021 06:10 ‧ 19/07/2021 por Lusa

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Tribunal

 

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), entre 2012 e 2019, o então chefe de guardas do Estabelecimento Prisional (EP) de Paços de Ferreira "por diversas vezes introduziu" naquele EP heroína, cocaína e canábis, bem como telemóveis, anfetaminas, cartões 'SIM' e de memória, destinados a três reclusos que depois procediam à sua venda ou cedência.

Em troca, sustenta o MP, recebia destes arguidos "dinheiro e outros bens, como televisores e bicicletas, correspondendo a sua contrapartida, em regra, a uma percentagem do valor de venda dos referidos artigos".

Os três supostos líderes terão recrutado vários reclusos que, "em troca de estupefaciente, telemóveis ou dinheiro, colaboravam" na atividade criminosa do grupo, montada no interior do estabelecimento prisional.

"Quer guardando o estupefaciente e os demais artigos nas respetivas celas em locais secretos para não serem descobertos pelos serviços prisionais e conhecidos no meio prisional como 'poços', quer indo recolher os estupefacientes, telemóveis e outros artigos aos locais onde eram deixados por quem os fazia entrar no estabelecimento prisional, quer procedendo à venda direta aos reclusos do estabelecimento prisional (EP) e conhecidos no referido meio como 'pontas'", relata a acusação, a que a Lusa teve acesso.

Os arguidos respondem por cerca de 40 crimes, a maioria por tráfico de estupefacientes agravado, enquanto os principais arguidos estão ainda acusados de corrupção ativa, de extorsão e de branqueamento de capitais.

O chefe da guarda prisional, preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora, está acusado de um crime de tráfico de estupefacientes agravado e de cinco crimes de corrupção passiva.

Na primeira sessão de julgamento, em 17 de fevereiro, um dos arguidos assumiu que guardava na cela droga de dois dos três alegados cabecilhas da rede, disse saber de outros reclusos que vendiam estupefacientes e explicou que a droga chegava ao EP de Paços de Ferreira "tipo em tijolo ou pedra", isolada em fita castanha.

A leitura do acórdão está marcada para as 10:00 no Pavilhão anexo ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira (EPPF).

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