Portugal com decréscimo populacional de 2%. Só sucedeu entre 1960 e 1970

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje os primeiros resultados do Censos 2021, de acordo com os quais, nos últimos 10 anos, a população residente em Portugal reduziu-se em 214.286 pessoas.

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Filipa Matias Pereira
28/07/2021 11:07 ‧ 28/07/2021 por Filipa Matias Pereira

País

Censos 2021

A população residente em 2021 em Portugal tem um valor próximo do registado em 2001, observando-se um decréscimo populacional de 2,0%, indica, esta quarta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE), de acordo com os Resultados Preliminares dos Censos 2021. 

"Em termos censitários, a única década em que se verificou um decréscimo populacional foi entre 1960 e 1970", refere o INE. 

À data em que foram realizados os Censos, no dia 19 de abril de 2021, residiam em Portugal 10.347.892 pessoas, das quais 4.917.794 homens (48%) e 5.430.098 mulheres (52%).

Os dados recolhidos permitiram ao Instituto Nacional de Estatística concluir que, nos últimos 10 anos, a população residente em Portugal reduziu-se em 214.286 pessoas (um decréscimo populacional de 2,0%). 

"O decréscimo populacional registado na última década resultou do saldo natural negativo (-250.066 pessoas, dados provisórios), sendo que o saldo migratório ocorrido, apesar de positivo, não foi suficiente para inverter a quebra populacional", refere o comunicado daquele Instituto. 

Notícias ao Minuto Resultados Censos 2021© INE  

Segundo os Resultados Preliminares dos Censos 2021, "a população residente em 2021 tem um valor próximo do registado em 2001 quando residiam em Portugal 10.356.117 pessoas". 

As únicas regiões em que foi registado um crescimento da população entre 2011 e 2021 foram o Algarve (3,7%) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,7%). Já as restantes regiões do país "viram decrescer o seu efetivo populacional, com o Alentejo a observar a quebra mais expressiva com -6,9%, seguindo-se a Região Autónoma da Madeira com -6,2%". 

Numa análise por municípios, o INE concluiu que, na última década, o país acentuou o padrão de litoralização e reforçou o movimento de concentração junto da capital. "A análise por município permite verificar que os territórios localizados no interior do país perdem população, sendo que os municípios que assistiram a um crescimento populacional situam-se predominantemente no litoral, com uma clara concentração em torno da capital do país e na região do Algarve". 

Outro dos destaques do INE vai para os cinco municípios que registaram as variações populacionais mais significativas. Ora, em termos relativos, Odemira com 13,3% (mais 3.457 residentes) e Mafra com 12,8% (mais 9.838 residentes) foram os municípios que registaram os maiores acréscimos populacionais na última década. Na lista, segue-se depois Palmela, Alcochete e Vila do Bispo com valores entre os 9,6% e os 8,8%.

Em sentido oposto, Barrancos (-21,8%), Tabuaço (-20,6%), Torre do Moncorvo (-20,4%), Nisa (-20,1%), e Mesão Frio (-19,8%) destacam-se como os municípios que registaram os decréscimos populacionais mais significativos. 

Na última década, Portugal registou um ligeiro crescimento do número de edifícios e de alojamentos destinados à habitação. Além disso, o número de alojamentos destinados à habitação aumentou na maioria dos municípios, dá ainda conta o INE. 

De salientar que, de acordo com uma nota do INE do dia 22, os dados agora revelados "têm ainda um caráter preliminar, na medida em que são baseados em contagens resultantes do processo de recolha e divulgados antes do final de todo o processo de tratamento e validação da informação recolhida".

A fase de recolha dos Censos 2021 - executada por 15 mil pessoas - decorreu entre 5 de abril e 31 de maio e "contou com a participação empenhada da população, permitindo a conclusão da maior parte dos trabalhos apenas seis semanas depois da data do momento censitário (dia 19 de abril)", destacou o INE na altura. 

Sublinhando o "elevadíssimo nível de adesão por parte dos cidadãos", o INE referiu que "99,3% das respostas da população" chegaram "através de canais digitais".

Os resultados definitivos dos Censos 2021 só devem ser conhecidos no quarto trimestre de 2022, apontou o INE, adiantando que haverá uma sessão intermédia de apresentação de mais resultados provisórios em fevereiro.

A sessão de hoje contou com a presença da ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, sendo que os resultados preliminares foram apresentados pelo presidente do INE, Francisco Lima.

Leia Também: INE apresenta hoje primeiros resultados do Censos 2021

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