Presidente português "ouviu" e "registou" visão de Lula da Silva
O chefe de Estado português disse que "ouviu" e "registou" a visão do antigo Presidente Lula da Silva, com quem se encontrou na sexta-feira, considerando-a importante para "o juízo" a fazer sobre o país.
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"O importante é registar o ponto de vista de quem foi Presidente do Brasil e continua a acompanhar a situação no Brasil, as relações com Portugal e a situação internacional", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado português falava na residência do cônsul de Portugal em São Paulo, ao início da noite de sexta-feira (madrugada de hoje em Lisboa), após um encontro, que durou cerca de uma hora, com o antigo Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que não fez declarações aos jornalistas.
A pandemia de covid-19, a situação económica mundial, a inauguração do Museu da Língua Portuguesa, a aproximação cultural e linguística entre os países lusófonos e as relações bilaterais entre os dois países foram temas abordados pelos dois líderes políticos.
"Ouvi e registei sempre na ótica do relacionamento com Portugal, como o mundo que fala português e com a União Europeia", disse.
O encontro com Lula da Silva foi o primeiro ponto da agenda da visita de quatro dias do Presidente da República ao Brasil, durante a qual irá encontrar-se também com os ex-Presidentes José Sarney, Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso, além de manter uma audiência com o chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro.
Questionado pelos jornalistas sobre se Lula da Silva partilhou as suas ambições políticas para as próximas eleições presidenciais de 2022, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que estas são "conversas para ouvir e não para expor publicamente".
Adiantou, ainda assim, que Lula da Silva falou da sua "visão sobre o Brasil".
Sobre a ausência da antiga Presidente Dilma Rousseff, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a lista de encontros "foi a possível de marcar", num contexto em foram tomados "em consideração" antigos e atuais chefes de Estado, como o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, com quem também se encontrará, convidados para "o evento fundamental" de reinauguração do Museu da Língua Portuguesa.
"Portugal apostou muito neste museu e deu um contributo financeiro muito significativo. Estive a visitar as cinzas do museu e prometi cá voltar", disse.
O Museu da Língua Portuguesa reabre hoje após um incêndio, em dezembro de 2015.
A reabertura do museu estava programada para 17 de julho, dia em que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) comemorou 25 anos, mas a data foi adiada pelo governo do Estado de São Paulo.
A viagem de Marcelo Rebelo de Sousa ao Brasil vai dividir-se entre São Paulo, onde hoje participa na reinauguração do Museu da Língua Portuguesa e a capital, Brasília, onde será recebido por Jair Bolsonaro.
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