"Passar entre os pingos da chuva?" Médicos lamentam posição de Temido
Sindicato Independente dos Médicos considera declarações do ministro Manuel Heitor "altamente desrespeitosas para os Médicos Especialistas de Medicina Geral e Familiar".
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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) publicou, esta terça-feira, um comunicado intitulado 'Tentando passar entre os pingos da chuva?' onde "lamenta que V. Ex.ª, Senhora Ministra da Saúde, ainda não tenha vindo a público manifestar a sua confiança e apreço pelos Médicos de Família portugueses", após as afirmações de Manuel Heitor numa entrevista publicada na passada quinta-feira no Diário de Notícias.
Para os médicos, "são por demais conhecidas as infelizes declarações públicas do Senhor Ministro", considerando-as "altamente desrespeitosas para os Médicos Especialistas de Medicina Geral e Familiar a que V. Ex.ª, Senhora Ministra, superintende".
Manuel Heitor, nas palavras do SIM, fez uma "intromissão em áreas que nem sequer lhe dizem respeito nas suas funções governativas", com uma "manifestação confrangedora de desconhecimento da realidade nacional e internacional".
Na entrevista, recorde-se, o ministro português disse esperar que, até 2023, o país possa ter três novas escolas de medicina em Aveiro, Vila Real e Évora, sublinhando que a formação de um médico de família não precisa de ter a mesma duração de outras especialidades.
Manuel Heitor exemplificou que a formação de medicina geral e familiar no Reino Unido era menos complexa e mais rápida do que a dos colegas de outras especialidades.
De lembrar que a Associação Médica Britânica já negou que a formação dos médicos de família no Reino Unido seja menos exigente do que a de outras especialidades, contrariando o que afirmou o ministro.
Também o Fórum Médico, que junta várias entidades desta classe profissional, considerou "totalmente inaceitável e desrespeitosa a forma como o ministro desvalorizou a formação e a qualidade dos médicos especialistas em medicina geral e familiar", que considerou serem "um dos pilares do Serviço Nacional de Saúde", exigindo ao ministro do Ensino Superior um "pedido de desculpas público".
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