"Morreu Jorge Sampaio, o último socialista que presidiu à República de Portugal". A perda do ex-chefe de Estado já corre mundo através dos jornais internacionais e é desta forma que o espanhol El País noticia a perda do também ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, esta sexta-feira, aos 81 anos.
Sampaio estava internado desde finais de agosto no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, para onde foi transportado de helicóptero desde o Algarve, onde se encontrava de férias. O ex-governante sofria de problemas respiratórios graves.
O corpo vai ficar em câmara ardente no Museu dos Coches, e as cerimónias fúnebres decorrerão, segundo a televisão pública, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
Já o Governo, em Conselho de Ministros eletrónico, decretou o luto nacional pelo período de três dias para amanhã, domingo e segunda-feira, dias 11, 12 e 13 de setembro, respetivamente.
El País© Direitos Reservados
Ainda na imprensa espanhola, o El Mundo recorda o percurso de Jorge Sampaio desde os "primeiros anos da Democracia portuguesa". Nos últimos anos, é ainda lembrado, "dedicou-se à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, que fundou em 2013".
El Mundo© Direitos Reservados
Em França, o La Liberté também noticia a morte de Jorge Sampaio, fazendo uma pequena biografia do antigo Presidente da República, relembrando a sua luta na iniciativa contra a tuberculose e a 'rivalidade' com Cavaco Silva.
O mesmo faz o Le Figaro e o Le Monde - "Portugal: Morreu o antigo Presidente Jorge Sampaio", são os títulos de duas das mais importantes publicações do país.
La Liberté© Direitos Reservados
O britânico Independent dá conta da morte de Jorge Sampaio, no seu site, destacando-o como antigo Presidente da República em dois mandatos e "uma das figuras políticas mais proeminentes da sua geração".
Independent© Direitos Reservados
Jorge Fernando Branco de Sampaio, que nasceu em Lisboa em 1939, foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006. Em 1989, foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Já mais recentemente, presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.
Leia Também: As várias (e sentidas) homenagens a Sampaio que estão a ser partilhadas