Aeroporto no Montijo compromete "importante zona húmida da Europa"

A organização internacional ClientEarth defendeu hoje que construir um aeroporto no Montijo iria "comprometer irreversivelmente uma das mais importantes zonas húmidas da Europa" e afetar outros países além de Portugal.

Notícia

© Lusa

Lusa
13/09/2021 21:06 ‧ 13/09/2021 por Lusa

País

ClientEarth

 

"Esperamos que as autoridades portuguesas cumpram o seu dever legal de proteger o estuário do Tejo. Principalmente porque as aves migratórias protegidas e os habitats dependem desta área natural única para a sua sobrevivência, mas também devido ao papel fundamental que estes ecossistemas desempenham na garantia de um clima robusto e saudável", disse a advogada da organização Soledad Gallego, num comunicado hoje divulgado pela ClientEarth.

A ClientEarth é uma organização de advogados que defende causas ambientais, como a luta contra as alterações climáticas, poluição ou defesa da vida selvagem. Advogados da organização e da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), apoiados por outras sete organizações ambientalistas portuguesas, apresentaram no ano passado uma ação para anular a declaração de impacto ambiental que foi favorável à construção de um novo aeroporto no Montijo.

O parecer do Ministério Público foi favorável à ação das organizações.

 "A intervenção de apoio do Ministério Público no caso é o primeiro grande sucesso para os grupos ambientalistas", diz-se no comunicado hoje divulgado, referindo-se que nomeadamente apoia a ação judicial por as autoridades não terem considerado os "impactos devastadores" de um futuro aeroporto no estuário do Tejo.

Além de chamar a atenção para as principais deficiências, "erros técnicos e inconsistências" na avaliação de impacto ambiental, o Ministério Público "salientou também que os impactos transfronteiriços que o projeto teria sobre as aves migratórias internacionais e europeias, e portanto sobre outros sítios protegidos em toda a Europa, foram injustificadamente subavaliados pelas autoridades", salienta a organização, concluindo que as autoridades portuguesas "evitaram consultar outros países que poderiam ser afetados pelo futuro projeto".

Citada no documento, a advogada salienta também que o Ministério Público sublinha não só a importância de reconhecer o potencial impacto que o projeto terá nas aves migratórias e na integridade do sítio protegido, mas também o potencial efeito de arrastamento que teria fora das fronteiras de Portugal.

Leia Também: "A minha geração estragou o Planeta. Esta economia é psicopata"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas