O professor da Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, que foi suspenso 90 dias depois de ter incitado os alunos a seguirem o seu canal no YouTube, onde o próprio aparecia em vídeos obscenos, diz ser "vítima de falsos moralistas".
Num recurso enviado para o Ministério da Educação, e a que a SIC teve acesso, o docente de Economia diz que "apenas sugeriu aos alunos que vissem vídeos sobre como se protegerem contra a doença Covid".
Considerando a suspensão arbitrária, o professor entende que está a ser vítima de pessoas que não respeitam a liberdade de expressão. "Estas pessoas não são nem devem ser donas da moralidade" dos outros, frisou.
No recurso apresentado, o professor defende ainda que só vê os vídeos quem quer e lembra que o YouTube informa se um vídeo é só para pessoas com mais de 18 anos.
Nas imagens divulgadas pelo próprio nesta rede social, o docente do 12.º ano, de Economia e Direito, surge nu, a lavar-se num bidé, de cuecas em frente ao espelho e a dizer frases de cariz sexual. O professor, de 63 anos, terá sugerido os vídeos aos estudantes na primeira aula e estes contaram a situação aos pais que, revoltados, denunciaram o caso à direção da escola.
Em declarações à SIC, o diretor do estabelecimento de ensino, José Eduardo Lemos, explicou que “a escola não pode afastar professores, a escola o que está a fazer é seguir os procedimentos legais com base nas queixas”.
Mas após a avaliação das queixas dos pais dos alunos, o responsável decidiu "agir disciplinarmente e transferir o caso para instâncias superiores".
Já sobre a existência de "canais de vídeos privados", José Eduardo Lemos revela que o professor tinha dado à direção conhecimento deles e tinha sido advertido "de que se se tratavam de vídeos de carácter privado que ele não podia transferi-los para o espaço escolar, nomeadamente, para o espaço de aula".
"O professor estava ciente que isto não poderia acontecer. Eram vídeos cujo conteúdo não estava adequado às matérias que o docente lecionava", acrescentou o diretor da escola secundária.
Perante o caso, o Ministério da Educação informou, através de um comunicado enviado às redações, que "o docente foi suspenso no seguimento de um processo disciplinar, com pedido de suspensão preventiva, instruído esta quarta-feira pelo diretor da escola".
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