A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) divulgou, esta terça-feira, o relatório de sinistralidade e fiscalização rodoviária relativo aos primeiros sete meses de 2021.
De acordo com o documento, nos primeiros sete meses de 2021 registaram-se 14.664 acidentes com vítimas em Portugal Continental, 185 morreram, 1.044 ficaram feridas com gravidade e 16.973 sofreram ferimentos ligeiros.
Comparativamente com o período homólogo de 2020, observou-se uma redução no número de vítimas mortais, foram menos 31, ou seja, menos 14,4%. Já o número de feridos graves sofreu um aumento de 5,1% (51), assim como os feridos leves de 2,4% (396).
Os acidentes com vítimas aumentaram de 2020 para 2021 em 2,6% (mais 373).
Se compararmos a média destes sete meses com a dos anteriores cinco anos (2016 a 2020), verificam-se reduções nos totais de todas as principais métricas. Houve menos 18,5% acidentes, menos 27,4% de vítimas mortais, menos 8,7% vítimas graves e 21,5% feridos leves.
71,4% das vítimas mortais eram condutores
O mesmo relatório revela que a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (53,6% dos acidentes), estando na origem de 37,8% das vítimas mortais. Por sua vez, os despistes, que representaram 34,8% do total de acidentes, foram responsáveis por 48,6% das vítimas mortais e 42,5% dos feridos graves.
Quanto ao tipo de via, verificou-se que nos arruamentos (65,3% dos acidentes), as vítimas mortais reduziram 2,7%, enquanto os feridos graves aumentaram 10,7%. Nas estradas nacionais, onde ocorreram 17,9% dos acidentes, verificou-se uma diminuição de 15,2% nas vítimas mortais.
Já no que respeita à categoria de utente, considerando as vítimas mortais, 71,4% do total eram condutores, 13,0% eram passageiros e 15,7% correspondiam a peões. Em termos de variação homóloga, destacou-se a redução de 35,1% nas vítimas mortais com perfil de passageiro, sendo ainda de referir as diminuições de 17,1% nos peões e de 8,3% nos condutores, correspondendo a menos 13, menos 6 e menos 12 vítimas mortais que em 2020, em cada um dos casos.
Ainda segundo a ANSR, os automóveis ligeiros corresponderam a 70,8% do total, com um aumento de 4,0% relativamente ao período homólogo de 2020, sendo ainda de referir as subidas verificadas nos ciclomotores e motociclos (+2,9%) e nos velocípedes (+22,8%).
De janeiro a julho de 2021, 41,6% do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob responsabilidade de três gestores de infraestruturas: Infraestruturas de Portugal (peso de 34,1% no total), Brisa (4,9%) e Município de Vila Nova de Gaia (2,7%).
Mais do dobro das infrações por falta de 'cadeirinhas'
Relativamente à fiscalização de veículos e condutores, bem como processos contraordenacionais, a ANSR salienta que entre janeiro e julho de 2021 foram fiscalizados 65,2 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, uma diminuição de 1,8% em relação ao mesmo período de 2020.
A GNR e a PSP em conjunto registaram uma diminuição de 4,2% no número de veículos fiscalizados, sendo que o sistema de radares SINCRO gerido pela ANSR registou uma ligeira redução (-2,1%), sob influência da redução de circulação rodoviária derivada do contexto de pandemia.
Foram detetadas 648,2 mil infrações, o que representa uma diminuição de 12,6% face ao período homólogo do ano anterior.
A taxa de infração (nº de infrações/ nº de veículos fiscalizados) foi de 0,99%, uma redução de 11,0% face à taxa de 1,12% registada em 2020.
Relativamente à tipologia de infrações, 58,1% do total registado neste período foi referente a excesso de velocidade. Verificou-se diminuição em algumas tipologias de infrações, sendo de realçar -21,5% por excesso de velocidade e -13,4% nas transgressões por consumo de álcool acima do limite legal. Por outro lado, salienta-se +102,0% nas infrações pela ausência de inspeção periódica obrigatória, +55,2% nas infrações pelo não uso de sistemas de retenção para crianças e +29,9% nas infrações pelo não uso de cinto de segurança.
Quanto ao excesso de velocidade, a taxa de infração (nº de infrações de velocidade/ nº de veículos fiscalizados) reduziu 19,9%, de 0,7% entre janeiro e julho de 2020 para 0,6% nos mesmos meses de 2021.
Relativamente à condução sob o efeito do álcool, entre janeiro e julho de 2021 foram submetidos ao teste de pesquisa de álcool 797,4 mil condutores, o que representa um aumento de 19,7% comparativamente a 2020, embora a taxa de infração (nº de infrações por álcool/ nº de testes efetuados) tenha diminuído 27,6%: de 1,7% em 2020 para 1,2% em 2021, no mesmo período.
A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, aumentou 21,3% entre janeiro e julho de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020, atingindo 13,9 mil condutores. Perto de metade das detenções (47,2%) deveu-se à falta de habilitação legal para conduzir, com um aumento de 46,8% destes casos, comparativamente ao verificado entre janeiro e julho de 2020.
Por fim, o número de condutores que perderam pontos na carta de condução foi 271,4 mil, até julho de 2021. Desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos até final de julho de 2021, 1.655 condutores ficaram com o seu título de condução cassado.
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