MP acusa três polícias no caso das alegadas agressões a Cláudia Simões
Caso remonta à noite de 19 de janeiro de 2020 na Amadora. Agente Carlos Canha é acusado de três crimes de ofensa à integridade física qualificada, três crimes de sequestro agravado, um crime de abuso de poder e um crime de injúria agravada.
© Reprodução Facebook
País Cláudia Simões
O Ministério Público (MP) acusou três agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) de um total de dez crimes no caso das alegadas agressões a Cláudia Simões, de acordo com a TVI24. O caso ocorreu na noite de 19 de janeiro de 2020.
No despacho de acusação, o MP aponta três crimes de ofensa à integridade física qualificada, três crimes de sequestro agravado, um crime de abuso de poder e um crime de injúria agravada ao agente Carlos Canha. Este mostrou "flagrante e grave abuso da função em que estava investido", considera ainda.
Sobre o mesmo arguido, o Ministério Público escreve que demonstrou "indignidade no exercício dos cargos para que tinha sido investido", sendo a "consequência direta, a perda de confiança necessária ao exercício da função".
Quanto aos outros dos PSP envolvidos - João Carlos Cardoso Neto Gouveia e Fernando Luís Pereira Rodrigues - cada um foi acusado, revela ainda o canal, de um crime de abuso de poder.
A denúncia chegou às redes sociais através da SOS Racismo. Numa publicação, em 20 de janeiro, informou que receberam uma "denúncia de violência policial" contra uma "cidadã negra portuguesa", que terá sido agredida em frente "à filha menor", e que "ficou num estado grave, resultado", lê-se no post, das alegadas agressões que sofreu de agentes da PSP "e, alegadamente, também dentro da esquadra de Casal de São Brás".
Em comunicado, na altura, a PSP confirmou a "denúncia apresentada por uma cidadã contra um polícia, decorrente de uma intervenção policial ocorrida na Amadora, pelas 20h30 do dia 19 de janeiro", destacando, porém, que um agente da polícia "foi abordado pelo motorista" de um autocarro que lhe pediu ajuda perante a "recusa de uma cidadã em proceder ao pagamento da utilização do transporte da sua filha, e também pelo facto de o ter ameaçado e injuriado".
A cidadã "mostrou-se agressiva" perante a abordagem do PSP, "tendo por diversas vezes empurrado o polícia com violência, motivo pelo qual lhe foi dada voz de detenção". "O polícia, que se encontrava sozinho, para fazer cessar as agressões da cidadã detida, procedeu à algemagem da mesma, utilizando a força estritamente necessária para o efeito face à sua resistência", tendo a cidadã, de acordo com a PSP, mordido "repetidamente o polícia".
Já no dia 21 de janeiro, Cláudia Simões contou à TVI24 a sua versão dos factos. A mulher disse que o polícia a estava "a sufocar". "Ele estava-me a sufocar, estava-me a apertar nas goelas. Eu tive de o morder senão morria, não estava aqui para contar a minha história", vincou, acrescentando: "Eu tinha as mãos atadas atrás das costas e ele começou a bater-me com muita força. Aquela mão que ele tem ferida foi porque estava a tentar tirar-me os dentes da boca. Só me dava socos na cara. Depois, desmaiei".
Leia Também: Bruno Candé homenageado no dia em que passa um ano sobre assassinato
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com