Congresso de antigos combatentes pretende reivindicar pensão de 60 euros
Cerca de duas centenas de antigos combatentes participam este sábado num congresso nacional, em Carcavelos, para debater uma proposta que pretende "dignificar e melhorar" o seu estatuto, designadamente através de uma pensão de cerca de 60 euros mensais.
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País Antigos combatentes
"Entendemos realizar este congresso nacional de antigos combatentes que só tem esse objetivo: dignificar e melhorar o estatuto [do Antigo Combatente]", disse à agência Lusa José Maria Monteiro, um dos membros da comissão organizadora da reunião, composta por vários ex-combatentes dos três ramos das Forças Armadas, que se irá realizar no auditório do Colégio dos Maristas, em Carcavelos, concelho de Cascais.
Depois de terem consultado "várias associações e também muitos antigos combatentes que deram o seu contributo e as suas sugestões", continuou, a comissão organizadora entendeu avançar com "uma proposta unitária que será apresentada e votada no congresso nacional".
Entre as melhorias que estes ex-combatentes querem ver refletidos no seu estatuto, aprovado no parlamento em agosto de 2020, está "a atribuição de uma pensão de guerra a todos os antigos combatentes no valor equivalente ao que cada antigo combatente gasta em média por mês em medicamentos, no montante de 60 euros apenas".
A gratuitidade dos transportes em todas as redes nacionais ou a "isenção de impostos sobre o suplemento, o complemento e o acréscimo vitalício de pensão" estão também entre as reivindicações.
A proposta a ser debatida inclui ainda medidas como "a reestruturação da rede nacional de apoio, com vista a tratar condignamente os indiciados com stress pós-traumático, devendo o Ministério da Defesa Nacional articular a rede com os postos de saúde e com os serviços sociais das autarquias", a "prioridade no acesso aos hospitais militares e aos hospitais e clínicas públicas" ou a "gratuitidade e prioridade nos lares públicos para os antigos combatentes e/ou viúvas com fracos recursos financeiros, confirmados junto da Segurança Social", disse.
Caso seja aprovada, acrescentou José Maria Monteiro, "será encaminhada uma cópia da mesma para a Assembleia da República, ou seja, para todos os gabinetes dos partidos com assento parlamentar e também para a secretaria de Estado dos Antigos Combatentes".
"Deixamos nas mãos dos senhores deputados e do Governo se assim entenderem, pelo menos isto é o mínimo que exigimos. Quem deu o máximo pela pátria deve exigir também o mínimo e esse mínimo são apenas estes pontos", frisou.
Na comissão de honra do congresso, de acordo com o organizador, estarão presentes o almirante Melo Gomes, ex-Chefe do Estado-Maior da Armada, o general Taveira Martins, ex-Chefe do Estado-Maior da Força Aérea e a alferes Rosa Serra, ex-enfermeira paraquedista, que encerrará o encontro.
Entre os convidados de honra, adiantou o organizador, estão confirmados o Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Rui Valério, ou o duque de Bragança, Duarte Pio.
De partidos políticos estarão presentes representantes do PS, CDS e PAN, acrescentou.
O Estatuto do Antigo Combatente, uma reivindicação antiga das associações do setor da Defesa e dos deficientes das Forças Armadas, foi aprovado no parlamento em agosto de 2020 e prevê o direito de preferência na habitação social, isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde, passe intermodal e entrada para museus e monumentos grátis e honras fúnebres especiais.
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