A greve tinha sido convocada para exigir a reabertura das negociações com a tutela, mas o sindicato considera não que não faz sentido sujeitar os professores a perderem o correspondente a um dia de salário, quando se anteveem possíveis alterações no Governo com novas eleições à porta.
Em comunicado, o SIPE refere que irá solicitar também reuniões aos partidos com assento parlamentar, a fim de pedir esclarecimentos sobre os respetivos programas em relação aos professores, antes da realização de novas eleições legislativas.
"Não faz sentido manter esta greve de dia 05 de novembro, na qual se reivindicava a reabertura das negociações com o Ministério da Educação, e sujeitar os professores a perderem um dia de salário, quando, na prática, não temos interlocutor, dado o atual contexto político motivado pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022, que trará, certamente, novas eleições", explica a presidente do SIPE em comunicado.
Júlia Azevedo já anteriormente tinha criticado o Orçamento do Estado para 2022, classificando-o como "um autêntico vazio para os docentes e para a educação pública", e acusando o Governo de, no documento, ignorar o problema fundamental da falta de professores, "fruto da sucessiva desvalorização da carreira e dos sucessivos estratagemas para travar a progressão dos docentes na carreira, já demasiado atrasada pelo congelamento de salários".
A dirigente sindical alerta que existem muitos docentes a reformar-se e muito poucos jovens a querer, e a conseguir, ingressar na carreira.
A presidente do SIPE recorda o papel dos professores e educadores na resposta ao desafio provocado pela pandemia.
Para Júlia Azevedo "o reconhecimento do esforço e dedicação dos professores é urgente e mais que merecido", e defende que um país que não dignifica os seus professores é um país condenado", assegurando que a classe irá continuar a fazer ouvir-se para garantir a dignidade da profissão e a dignidade da Escola Pública.
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