Presidente da Antral alvo de buscas e mulher de Rendeiro arrisca detenção
Florêncio de Almeida é suspeito do crime de branqueamento de capitais. Já a mulher do ex-banqueiro foi alvo de um mandado de detenção por existir o risco de fuga.
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País Investigação
Dezenas de inspetores da Polícia Judiciária (PJ) estão na manhã desta quarta-feira a efetuar buscas ao ex-motorista de João Rendeiro e presidente da ANTRAL, Florêncio de Almeida, e à família do mesmo, avança a TVI.
Florêncio de Almeida é suspeito do crime de branqueamento de capitais. De acordo com a agência Lusa, no local das buscas estiveram elementos do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
A RTP adiantou que as buscas decorrem tanto na casa do presidente da ANTRAL, como na do filho, que tem o mesmo nome.
Em causa, avançou a TVI, está o facto de ter de Florêncio de Almeida ter "comprado um apartamento na Quinta Patino, em Cascais, junto à mansão do patrão, por 1,1 milhões de euros, a pronto pagamento, cedendo depois o usufruto do mesmo à mulher de Rendeiro, Maria de Jesus".
Ao longo da manhã, a CMTV e a RTP3 avançaram que foi emitido um mandado de detenção a Maria de Jesus Rendeiro, mulher do ex-banqueiro, por existir o perigo de fuga. Esta foi entretanto detida e deverá passar a noite na cadeia de Tires.
Em comunicado publicado pela Procuradoria Geral da República pode ler-se que foram levados a cabo "nove mandados de busca domiciliária e oito mandados de busca não domiciliária" na zona de Lisboa e Cascais.
Os mandados foram emitidos "no âmbito de inquérito a correr termos no DCIAP e que tem por objeto, entre outros, a prática de crimes de branqueamento e de descaminho, relacionados com fundos que se suspeita terem sido retirados do Banco Privado Português, assim como com as obras de arte apreendidas a João Rendeiro no âmbito de processo no qual se encontra condenado".
A operação, levada a cabo pela PJ e MP, visou "a recolha da prova dos factos e a recuperação de produto do crime". Mais, acrescenta a PGR, "por se ter considerado existir um forte perigo de fuga, para a aquisição e conservação da prova e para a descoberta da verdade, contra uma suspeita foram emitidos e cumpridos mandados de detenção para ser apresentada, no prazo de 48 horas, a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas de coação adequadas".
Nesta investigação, o DCIAP, além da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, conta, igualmente, com a colaboração da Autoridade Tributária. O "inquérito encontra-se sujeito a segredo de justiça".
Recorde-se que, Maria de Jesus Rendeiro foi recentemente presente a juiz tendo, porém, alegado não ter condições psicológicas para responder às questões do magistrado.
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro, condenado no final de setembro a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta, fugido à justiça.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como um outro processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.
[Notícia atualizada às 13h35]
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