De acordo com o advogado foram acrescentados ao processo 622 factos novos, pelo que foi pedido um prazo pela defesa de Manuel Pinho para analisar uma extensa lista de novos documentos.
"São factos que têm a ver com novas realidades que ainda não estavam reportadas no processo, umas com ligações à que já estava, outras não", indicou Sá Fernandes, quando questionado pelos jornalistas.
"Fomos confrontados logo que chegámos com esta indiciação complementar muito extensa e em função da extensão do documento, um documento com cento e muitas páginas, com mais de 600 factos novos, remissão para dezenas ou centenas de documentos a que se reporta esta nova indiciação, tomámos a decisão de pedir prazo para nos pronunciarmos sobre isto", acrescentou.
Segundo o causídico, o Ministério Público "compreendeu imediatamente" o pedido e não colocou qualquer dificuldade à pretensão da defesa.
"Foi num ambiente de boa colaboração que se acertou que a diligência que estava prevista para hoje terá lugar no dia 14 de dezembro", referiu Sá Fernandes.
"Isto altera um pouco os dados da questão porque é já o segundo ou terceiro aditamento com que somos confrontados e este de facto é bastante extenso", admitiu.
Alexandra Pinho, mulher de Manuel Pinho, que entregou um atestado para não estar presente hoje no Campus da Justiça, será também ouvida em dezembro.
"Virá também. Aliás, ela já comunicou que a partir do dia 19 de novembro terá ultrapassado o pequeno problema de saúde que teve e portanto será ouvida também em dezembro", avançou o advogado.
Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo.
No mês passado, uma nova investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas (Pandora Papers) incluiu o nome de Manuel Pinho na lista de políticos envolvidos em ocultação de fortunas em paraísos fiscais.
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