Segundo nota da reunião do Conselho de Ministros, o diploma pretende "evitar uma situação de carência de meios humanos nas magistraturas judicial e do Ministério Público, garantindo, contudo, os padrões de exigência e de qualidade na seleção e formação de magistrados que o interesse público exige".
A aprovação do diploma foi ao encontro dos apelos dos Conselhos Superiores das Magistraturas e dos sindicatos e associações do setor que têm vindo a alertar para a necessitar de colmatar o défice de magistrados face às jubilações e aposentações verificadas na classe.
Em junho passado, o vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM), José António Lameira, alertou, em declarações à Lusa, o Ministério da Justiça que nos "próximos tempos" 80 a 100 juízes iriam aposentar-se, havendo "necessidade de substituir o quadro de juízes" e acelerar a formação de magistrados.
"Temos sempre problemas com as licenças de maternidade ou com baixa por motivos de doença, prevendo-se muitas jubilações, e este ano houve bastantes", afirmou, notando que "tudo isso" causa "uma carência tremenda de quadros", disse então o vice-presidente daquele órgão de gestão e administração dos magistrados judiciais.
Segundo indicou, na altura, nos últimos dois anos a renovação anual do quadro de juízes oscilou entre 35 e 40 e idêntico número estava previsto para 2022, pelo que será preciso "um curso especial" de formação de juízes ou "encurtar os cursos".
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