"A sociedade civil portuguesa tem-se mobilizado sempre que é necessário para apoiar Moçambique, assim como Moçambique se mobiliza para apoiar Portugal quando é necessário. Nos últimos anos Moçambique tem passado por momentos bastante difíceis, os ciclones e agora esta situação de terrorismo no norte de Moçambique. A sociedade portuguesa tem-se organizado e esse sobressalto cívico é muito importante para podermos ter os meios que possam ajudar a combater o fenómeno mas sobretudo a apoiar aquelas pessoas que já sofreram bastante", disse Francisco André.
O governante falava no final da cerimónia de inauguração da exposição "Escola do Caminho Longo", uma iniciativa da organização não-governamental para o desenvolvimento (ONGD) Helpo, que apresenta as fotografias, os percursos e os relatos da fuga de 20 crianças deslocadas de Cabo Delgado.
A exposição é o resultado da viagem que a escritora Maria João Venâncio e o fotógrafo Luís Godinho realizaram em julho ao norte de Moçambique para conhecer a dramática realidade dos mais de 800 mil deslocados, metade dos quais são crianças, que fogem dos ataques armados.
Francisco André destacou a importância de "não esquecer que esta mobilização deve ser de Portugal", que tem procurado envolver outros países, designadamente no quadro europeu.
"Portugal tem sido incansável a mencionar o tema de Moçambique e o país bem sabe o esforço diplomático que foi feito por Portugal para aprovar a missão de formação e treino militar durante o passado semestre da cimeira da presidência portuguesa da União Europeia", salientou.
Em declarações à Lusa, Maria João Venâncio e Luís Godinho, disseram ser "um sonho agora ver isto aqui".
"É uma emoção muito forte. Foi duro fotografar e falar. Foi duro falar saber das histórias deles. As histórias que são contadas aqui hoje era de partir o coração", considerou Luís Godinho.
A exposição, patente no Museu Nacional dos Coches, foi o primeiro do género da Maria João Venâncio e de Luís Godinho.
A Helpo está presente em Moçambique desde 2008 com projetos de apoio a populações vulneráveis, à semelhança dos que desenvolve em São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.
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