Mergulhadores entram sexta-feira no pesqueiro português
As equipas de mergulhadores deverão sexta-feira tentar uma primeira entrada no pesqueiro português naufragado nas Astúrias, depois de hoje terem conseguido estabilizar a embarcação, para garantir a segurança da operação.
© Reuters
País Astúrias
Em conferência de imprensa em Avilés, nas Astúrias, o capitão da Guarda Civil local, Carlos Martinez, e o diretor de operações do Salvamento Marítimo, Joaquín Maceiras, explicaram que depois da operação de hoje o navio ficou numa posição "absolutamente estável" pelo que as equipas poderão entrar "com toda a segurança".
Desde terça-feira que equipas de mergulhadores do Salvamento Marítimo e da Guarda Civil têm realizado várias imersões no intuito de primeiro avaliar a situação do Santa Ana e depois conseguir estabilizá-lo, após o naufrágio que provocou dois mortos, um deles português, e seis desparecidos.
As fortes correntes, o estado do mar e os detritos em volta da embarcação têm dificultado as operações.
Uma primeira tentativa realizada hoje acabou por falhar quando um cabo que ligaram à proa do navio rebentou, tendo sido substituído por um mais forte, numa imersão durante a tarde.
Equipas de quase 30 mergulhadores das duas unidades realizaram duas manobras simultâneas para entrar pela proa e pela popa para garantir o acesso ao navio, que estava na vertical sobre uma greta no fundo do mar.
Depois de ligada a corrente foi exercida durante mais de meia hora uma força de 40 toneladas por um rebocador do Salvamento Marítimo, comprovando a estabilidade do navio.
Os mergulhadores conseguiram mesmo chegar, nos últimos momentos da operação de hoje, à porta da embarcação, acabando por desistir devido à escassez de luz.
O objetivo é regressar ao início da manhã e entrar no interior para comprovar se, como se pensa, estão no interior o corpo dos seis tripulantes dados como desaparecidos.
Com 300 toneladas de peso, o Santa Ana, de 35 metros, naufragou na madrugada de segunda-feira depois de embarrancar num baixio da ilha de Erbosa, a meia milha de Cabo Peñas.
O naufrágio do pesqueiro Santa Ana, que ocorreu próximo de Cabo Peñas, causou dois mortos, um português e um espanhol, enquanto outros seis tripulantes estão desaparecidos (um português, três espanhóis e dois indonésios).
O capitão do navio, de nacionalidade espanhola, foi resgatado com vida e já teve alta hospitalar.
As autoridades espanholas admitem que os seis desaparecidos, entre os quais o português Vítor José Farinhas Braga, poderão estar no interior do navio, já que estariam a dormir no momento do acidente, que ocorreu às 05:30 locais (04:30 em Lisboa) de segunda-feira.
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