A ministra da Saúde, Marta Temido, ressalvou, na sua intervenção na Assembleia da República, esta quinta-feira à tarde, a "resiliência" dos profissionais de Saúde: "A resiliência foi ter visto a resistirem à diminuição do número de efetivos, a cortes salariais, ao aumento do horário de trabalho, à redução do subsídio, à redução dos períodos de descanso e a um conjunto de outros aspetos a que foram submetidos há não muitos anos", enumerou.
A governante, ainda sobre este tema, recordou os direitos que foram repostos pelo Governo, como "a revisão de carreiras, a atribuição de prémios de desempenho, subsídios de risco e majorações por trabalho no âmbito Covid".
E Temido acrescentou: "O número de portugueses sem médico de família é, hoje, e infelizmente, sensivelmente o mesmo que era no final da legislatura PSD/CDS". Mas, para a ministra, "esta realidade não significa que nada se fez, significa que temos, hoje, mais 400 mil inscritos no Serviço Nacional de Saúde".
"Há problemas no Serviço Nacional de Saúde, há problemas nos serviços públicos, mas nós não vamos desistir dos serviços públicos apesar dos problemas que eles têm e é isso que, de facto, nos divide", reforçou em direção às bancadas opositoras, vincando que "vamos continuar a investir em soluções e em reformas que garantam a sua manutenção".
E "não estamos [o Governo] desapontados por termos sido capazes de trazer mais 700 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde", fez ainda questão de frisar a ministra, apontando que "se não fazemos mais - se não fazemos este reforço novamente em 2021 - é porque não conseguimos ainda acordo para o fazer". "Lá iremos a seu tempo porque não vamos desistir deste caminho", referiu Marta Temido.
"Listas de espera não estão muito pior"
Sobre os tempos de espera no SNS, a governante referiu que "não estão muito pior". "Em 2015, o tempo máximo de resposta garantido para uma consulta hospitalar era respeitado em cerca de 74% dos casos. Hoje é respeitado em 79%, não obstante termos passado por uma pandemia e estarmos a recuperar dela."
"O Serviço Nacional de Saúde não fez tudo perfeito", considerou ainda, havendo "muito para fazer e para melhorar". Contudo, nas palavras de Marta Temido, conseguiu fazer "duas coisas": "Conseguiu manter a resposta assistencial à população e conseguiu responder a uma pandemia".
[Notícia atualizada às 16h57]
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