"Não vejo razoes para daqui a 15 dias estarmos numa situação que não seja a lógica da continuação da situação que vivemos hoje. Portanto, eu diria que nós estamos a caminhar progressivamente, até por causa da vacinação, para o enfraquecimento da pandemia", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelos jornalistas sobre se os portugueses poderiam este ano ter um Natal mais tranquilo.
À margem da reunião do Conselho de Fundadores da Fundação de Serralves, no Porto, o Presidente da República disse, no entanto, que "esse caminho" tem de ser feito "com bom senso, sem dramatização e com o mínimo de prevenção".
Já quanto ao aumento da incidência em algumas regiões do país, o chefe de Estado salientou que "nunca se testou o que se testa" atualmente, seja para espetáculos, eventos, encontros familiares ou no dia-a-dia.
"Não tem comparação com o que se testava há um ano. Testa-se muitas vezes mais e de repente a diferença de positivos é insignificante, estava em três mil, quatro mil casos [positivos à covid-19] para milhares, milhares, milhares de testes", observou.
Lembrando que a variante Ómicron é mais contagiante, mas menos mortal, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que a situação tem de ser encarada "com cabeça fria".
"Isto é, atentos, prevenindo, mas sem dramatizações. Sobe a incidência, mas não sobe a mortalidade".
A covid-19 provocou pelo menos 5.286.793 mortes em todo o mundo, entre mais de 267,88 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.626 pessoas e foram contabilizados 1.185.036 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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