O antigo ministro da Economia Manuel Pinho conhece hoje as medidas de coação e a defesa admite mesmo a aplicação de prisão preventiva.
"Uma das hipóteses em cima da mesa é a aplicação da medida de coação de prisão preventiva. Como é evidente, de uma forma responsável, tenho de estar preparado para todos os cenários possíveis", afirmou aos jornalistas o advogado de Manuel Pinho, Ricardo Sá Fernandes, à chegada ao Campus de Justiça, em Lisboa.
"Espero que não aconteça", sublinhou.
As declarações da defesa surgem depois de ter sido noticiado, esta manhã, que o Ministério Público quer agravar a medida de coação de Manuel Pinho e da mulher, por considerar haver perigo de fuga.
O ex-governante, recorde-se, foi detido esta terça-feira quando compareceu no tribunal, no âmbito do caso EDP. Uma decisão que o advogado, Ricardo Sá Fernandes, considerou ser um caso de "abuso de poder" e de atropelo dos direitos humanos.
Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo. No processo EDP/CMEC, o Ministério Público imputa aos antigos administradores António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio.
O caso está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.
O processo tem ainda como arguidos o administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho João Conceição, o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade, Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas e o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado.
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