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Defesa de Manuel Pinho diz que decisão "foi tomada ao sabor do vento"

"É um vento muito perigoso porque põe à frente da justiça sentimentos que devem estar afastados do quadro da justiça", sublinha Sá Fernandes mantendo as críticas à decisão do juiz Carlos Alexandre. 

Defesa de Manuel Pinho diz que decisão "foi tomada ao sabor do vento"
Notícias ao Minuto

15:40 - 16/12/21 por Notícias ao Minuto

País Ricardo Sá Fernandes

Cerca de 24h após serem anunciadas as medidas de coação para o antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, o seu advogado, Ricardo Sá Fernandes, reitera que esta foi uma decisão tomada “ao sabor do vento”. 

"É um vento muito perigoso porque põe à frente da justiça sentimentos que devem estar afastados do quadro da justiça", sublinha Sá Fernandes mantendo as críticas à decisão do juiz Carlos Alexandre. 

O advogado de Manuel Pinho reforça, em declarações à SIC Notícias, as críticas lançadas esta quarta-feira à noite à saída do tribunal e também na CNN Portugal. 

Relativamente à explicação do dinheiro que recebeu durante a altura em que foi ministro da economia, o advogado afirma que o seu constituinte dará essa explicação após a acusação. 

"Essa explicação é devida ao país e é devida ao processo e Manuel Pinho tem o direito de escolher o momento para o fazer e ele, desde que isto aconteceu, só quer dar [essa explicação] depois da acusação", esclarece Sá Fernandes. 

"Não discutimos que existam indícios que justificam a investigação, não é isso que está em causa, o que está em causa é a imposição de prisão preventiva com uma caução de seis milhões de euros com base numa alegação de perigo de fuga que, pura e simplesmente, não existe", insiste.

Ricardo Sá Fernandes questiona ainda o porquê de o MP, ao fim de 10 anos, ainda não ter acusado Manuel Pinho. 

"O MP que acuse, despachem-se, porque é que ainda não o acusaram?", questiona. 

Recorde-se que o juiz Carlos Alexandre determinou esta quarta-feira prisão domiciliária para Manuel Pinho com uma caução de seis milhões de euros e ainda a caução de um milhão de euros e retirada do passaporte para a mulher do antigo ministro. O advogado afirmava ontem que iria recorrer da decisão uma vez que este processo tem já 10 anos e nunca o seu constituinte falhou com o que lhe era pedido. 

O ex-governante foi detido esta terça-feira quando compareceu no tribunal, no âmbito do caso EDP. Uma decisão que o advogado, Ricardo Sá Fernandes, considerou ser um caso de "abuso de poder" e de atropelo dos direitos humanos. 

Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo.

Leia Também: Caução? "Se calhar, Manuel Pinho é uma vítima da fuga de João Rendeiro"

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