Tortura na GNR: Comportamentos "absolutamente inaceitáveis", diz Costa
O primeiro-ministro, António Costa, qualificou hoje de "absolutamente inaceitáveis" os comportamentos dos militares da GNR acusados de humilharem e torturarem imigrantes, em Odemira, sublinhando que as autoridades judiciárias e a Inspeção-geral da Administração Interna atuaram.
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País António Costa
"Felizmente, elas [as imagens] já foram vistas em bom tempo pelas autoridades judiciárias. São imagens que têm já mais de dois anos e há mais de dois anos que esta investigação criminal está a ser desenvolvida pela Polícia Judiciária, pelo Ministério Público. Mostra que ninguém, obviamente, está acima da lei, e comportamentos daquela natureza são absolutamente inaceitáveis, sejam nas forças de segurança, sejam por qualquer pessoa", defendeu António Costa.
O chefe do Governo falava em declarações à RTP e Antena Um, sublinhando que "não é possível aceitar esse tipo de comportamento".
"Sei também que alguns desses agentes já foram punidos, um deles até com a pena de expulsão da Guarda Nacional Republicana. Portanto, a Inspeção-geral da Administração Interna também atuou e também tomou medidas", sustentou também o primeiro-ministro.
Para António Costa, que não viu as imagens, que lhe foram descritas, "ninguém que tenha visto essas imagens pode ter outro sentimento" que não seja de repugnância.
Sete elementos da GNR estão acusados de um total de 33 crimes, por humilharem e e torturarem imigrantes em Odemira, Beja, em 2019, atos que os próprios filmaram, noticiou a CNN/TVI.
Na quinta-feira, a GNR esclareceu que dois dos sete militares encontram-se a cumprir pena de suspensão decretada pelo Ministério da Administração Interna, enquanto os outros aguardam medidas sancionatórias.
De acordo com a GNR, três dos agentes do Destacamento Territorial de Odemira são reincidentes, depois de terem estado "envolvidos em agressões a indivíduos indostânicos", em 2018.
O esclarecimento surge após uma investigação CNN/TVI que deu conta da acusação de sete elementos da GNR de um total de 33 crimes, por humilharem e torturarem imigrantes em Odemira.
Num despacho de acusação de 10 de novembro e ao qual a CNN Portugal e TVI tiveram acesso, o Ministério Público refere que os militares cometiam os atos de tortura "em manifesto uso excessivo de poder de autoridade" e que "todos os arguidos agiram com satisfação e desprezo pelos indivíduos".
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