PS tem "obrigação de viabilizar" governo minoritário do PSD
O líder da distrital do PSD/Faro, Cristóvão Norte, defendeu hoje que o PS tem a obrigação de viabilizar um governo minoritário social-democrata, o que nunca fez na história, defendendo que o PSD tem que ter "uma alternativa clara".
© Lusa
Política Cristóvão Norte
Na intervenção mais entusiástica na manhã do segundo dia do 39.º Congresso Nacional do PSD, o ainda deputado - que apoiou Paulo Rangel nas diretas e está fora da lista às próximas legislativas - apelou a que o PSD convença "os portugueses da importância de uma maioria político-social" para que não esteja dependente do PS.
"O que é que nos vamos fazer para transformar este país? Nós temos que ter a nossa alternativa clara. O PS nunca viabilizou na história um governo do PSD e teve várias ocasiões de o fazer", referiu.
O social-democrata recordou que o "PSD viabilizou governos do PS porque era irreconciliável o PS com o PCP e depois com o BE".
"Hoje temos o Chega e o Chega é irreconciliável com o PSD, portanto se o Chega é irreconciliável com o PSD, o PS tem a obrigação de fazer ao PSD aquilo que o PSD fez ao PS no passado", defendeu.
Em suma, para Cristóvão Norte, é "obrigação do PS viabilizar um governo do PSD caso esse governo do PSD seja minoritário".
"Convençamos os portugueses da importância dessa maioria político-social para que não estejamos dependentes do PS porque dependentes do PS seremos sempre seus reféns, não iremos avante. Viu-se, em 2019, o doutor Rui Rio quis estabelecer reformas estruturais com o PS e que resposta obteve", questionou.
Para o ainda deputado, o PSD tem que "conseguir mudar o país", sendo esse o papel do partido: "ambicionar o futuro, não ter medo de fazer escolhas".
"E por isso muitas vezes - e já dizia o nosso hino - temos de dizer não, para depois dizer sim. Para mudar Portugal não basta ganhar eleições, é necessário ganhar o seu espírito e o seu coração", sustentou.
De outra forma, segundo Cristóvão Norte, o PSD será "apenas um Governo de turno, conjuntural e sem a maioria político-social para fazer as reformas que resgatem o país da cauda da Europa".
"Portugal nas meias-tintas, sem as reformas, vendido ao PS, estagnou, desmoralizando os portugueses", lamentou.
Antes, quem subiu ao púlpito do Europarque foi o médico de Saúde Pública e epidemiologista Ricardo Mexia - diretor de campanha de Carlos Moedas na corrida à liderança da Câmara de Lisboa - o qual considerou que Portugal, na saúde, vive "uma realidade paralela" daquela que é comunicada, onde há "cada vez mais cidadãos sem médicos de família e erosão dos recursos humanos".
Ricardo Mexia deixou ainda uma palavra aos profissionais de saúde, considerando que "têm sido muito resilientes", numa alusão às polémicas declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, apesar de nunca referir o nome da governante.
"Se não fosse essa resiliência, estaríamos numa situação muito pior", afirmou.
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