Suíça foi o principal destino da emigração portuguesa em 2020
A Suíça foi o principal destino da emigração portuguesa em 2020, seguida da França e do Reino Unido, de acordo com o Relatório da Emigração, hoje divulgado.
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País Observatório
No ano passado, optaram por viver na Suíça 7.542 portugueses, sendo este o segundo país do mundo com mais emigrantes portugueses: 210.731 em 2020.
Em segundo lugar surge a França, com 7.643 entradas em 2019, e em terceiro o Reino Unido, país que no ano anterior recebeu mais de 20.000 portugueses e que, em 2020, registou a entrada 6.664.
Segue-se Espanha, um dos poucos destinos importantes em que a entrada de portugueses vinha a aumentar continuadamente desde 2013.
Acima das 3.000 entradas por ano, surge a Alemanha (5.380 em 2020), o Luxemburgo (3.286 em 2020) e a Bélgica (3.215 em 2019).
Ainda dentro do espaço europeu e com valores perto das 2.000 entradas por ano encontra-se a Holanda (1.933 em 2020). Fora da Europa, os principais países de destino da emigração portuguesa integram o espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola (1.708 em 2019) e Moçambique (1.439 em 2016, último ano para o qual existem dados disponíveis).
Em 2020, os portugueses foram a segunda nacionalidade mais representada na imigração entrada no Luxemburgo, a terceira em Macau e a quarta na Suíça.
No Reino Unido e no Brasil, os portugueses representaram, em 2020, cerca de 2,1% do número total de entradas de estrangeiros, sendo a décima primeira e décima quinta nacionalidade mais representativa entre os novos imigrantes chegados naquele ano, respetivamente.
O Reino Unido, país que perdeu a liderança enquanto país de escolha da emigração portuguesa, registou uma quebra de 73% em relação ao ano anterior.
Com valores inferiores, mas com quebras acima dos 30%, surge Macau (-41,7%), Brasil (-37,7%), Espanha (-36,3%), Canadá (-35,7%) e Holanda (-32%).
Em termos absolutos, contabilizando apenas os dados de 2020, as maiores variações positivas e negativas ocorreram na emigração para a Dinamarca (mais 116 entradas de portugueses) e para o Reino Unido (menos 17.929).
O relatório indica que, dos 23 países de destino para onde é maior a emigração portuguesa, mais de metade (14) são europeus. Entre os 10 principais países de destino da emigração portuguesa, apenas dois se localizarem noutro continente: Angola e Moçambique.
Os países americanos são hoje, em termos relativos, destinos de menor importância, onde o valor de fluxos é, em todos eles, inferior a mil por ano.
França continua a ser o país do mundo com maior número de portugueses emigrados, devido à grande vaga de emigração dos anos 60/70 do século passado, ultrapassando o meio milhão de pessoas (587.300 em 2020).
A Suíça permanece, apesar do decréscimo continuado, o segundo país do mundo onde residem mais emigrantes portugueses, em número superior a 210 mil (210.731 em 2020).
Seguem-se, na lista de países onde residem mais de cem mil emigrantes portugueses, o Reino Unido (165 mil em 2020), os Estados Unidos (157 mil em 2020), o Canadá (143 mil em 2016), o Brasil (138 mil em 2010) e a Alemanha (114 mil em 2020).
Apesar da quebra acentuada que se verificou no número de entradas no Reino Unido, a população de portugueses emigrados neste país manteve-se estável em relação ao ano anterior, mantendo a sua posição face aos Estados Unidos e ao Canadá.
O documento indica que existem mais emigrantes residentes homens do que mulheres, fazendo do sexo masculino o predominante em 16 dos 19 países analisados.
No que respeita à idade da população portuguesa emigrada, existem dois países onde cerca de metade da população portuguesa residente é considerada idosa: Brasil (60% em 2010) e França (48,2% em 2018).
Contrariamente, os países onde existe uma taxa inferior de portugueses residentes acima dos 65 anos são países de destino cuja história da emigração é mais recente, tais como a Irlanda (1,2% em 2016), a Noruega (2,3% em 2020) e o Reino Unido (2,5% em 2020).
O Relatório da Emigração 2020, hoje apresentado no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, foi elaborado pelo Observatório da Emigração, um centro de investigação do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.
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