O Governo volta a ouvir os peritos em saúde pública na próxima quarta-feira para reavaliar se mantém ou não as medidas atualmente em vigor para além do dia 9 de dezembro. Luís Marques Mendes afirma que "tudo aponta" para que as medidas se mantenham, mas defende que as escolas reabram no dia 10, como inicialmente previsto.
"Tanto quanto sei há uma reunião com especialistas que o Governo vai promover na próxima quarta-feira", indicou, no seu espaço de comentário habitual no Jornal da Noite deste domingo, na SIC. "Mas é importante, por exemplo, que seja tudo bem clarificado relativamente às escolas. Abrem, não abrem no dia 10? Eu acho que devem abrir."
Sem esclarecer se a reunião vai decorrer nos moldes habituais, na sede do Infarmed, o antigo líder do Partido Social Democrata defende que também deve ser abordada a questão dos isolamentos, já que as autoridades de saúde sul-africanas, que lidam com a variante Ómicron há mais tempo, acabaram com a quarentena para assintomáticos.
"Os isolamentos neste momento estão a ser brutais, uma loucura", apontou, sublinhando que estes têm impacto "não só na economia", mas também "na saúde mental das pessoas".
"A aposta deve ser na vacinação", acrescentou.
Sobre a nova variante da Covid-19, Luís Marques Mendes considera que não há razões para alarme, mas também recusa desvalorizar o que se está a passar.
Acho que não há razões propriamente de alarmismo. Há motivo de preocupação, mas não de alarme. Mas também é capaz de ser ainda um pouco cedo para desvalorizar o que se está a passar com a Ómicron."
Marques Mendes sublinha que o número de casos subiu quatro vezes no espaço de duas semanas e acrescenta que, ainda que isso não tenha grande reflexo no número de internamentos, "é natural que as pessoas estejam preocupadas com este aumento exponencial de casos".
É por isso que, na opinião do comentador, "tem de haver uma comunicação mais eficaz" por parte da Direção-geral da Saúde e das autoridades de saúde, o que considera que não está a acontecer.
Marques Mendes deu o exemplo da redução do período de isolamento para sete dias, que já foi anunciada, mas que "ninguém sabe ainda quando é que vai entrar em vigor".
O ex-líder do PSD exemplificou ainda com a situação recente dos problemas na linha Saúde24, que têm impedido muitos infetados de esclarecer dúvidas sobre o dia da alta ou a obtenção do certificado de recuperação.
"Era preciso quase um simplex na Direção-geral da Saúde", defendeu, referindo que, noutros países, os sites estão mais simplificados e com explicações sucintas sobre o que fazer.
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