"Foi reparada a minha honra e desfeita qualquer dúvida. Sofri muito"

O autarca da Câmara Municipal do Porto foi absolvido do crime de prevaricação no Caso Selminho. Em conferência de imprensa, confessa que o processo o fez "sofrer muito" e acusa partidos e "um líder político em particular" de não respeitar a presunção de inocência.

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Márcia Guímaro Rodrigues
21/01/2022 18:24 ‧ 21/01/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

País

Rui Moreira

Rui Moreira comentou, esta sexta-feira, a sua absolvição no Caso Selminho. O autarca da Câmara Municipal do Porto estava acusado de prevaricação, por alegadamente favorecer a imobiliária da família da qual era sócio, a Selminho, em prejuízo do município do Porto.

Em conferência de imprensa, o político sublinhou que "hoje fez-se justiça" e agradeceu ao Tribunal de São João Novo por ter "cumprido a sua nobre missão". "Para além da absolvição, foi reparada a minha honra e desfeita qualquer dúvida que, por ventura, ainda existisse", considerou.

Rui Moreira confessou que as acusações perpetuadas contra si, que considera "não terem qualquer fundamento", lhe causaram "muito sofrimento". "Não consigo esconder que sofri muito, sofri eu, sofreu a minha família. Sofreram os meus  amigos. Sofreram muitos portuenses, que insistentemente se dirigiam a mim sempre com palavras de apoio e de força", afirmou, acrescentando que recebeu também apoio de aliados e de adversários políticos.

Para si, as acusações "sempre foram um insulto" e uma "enorme infâmia".

No discurso, Rui Moreira frisou que, "mesmo sem sentença", foi "insistentemente condenado na praça pública" e deixou críticas à política: "Houve quem se abespinhasse por a campanha eleitoral não se ter concentrado, apenas, nesta suspeita. Houve partidos políticos, e um líder político em particular, que não respeitaram a presunção de inocência", atirou.

Respondendo a questões dos jornalistas, o autarca foi mais longe e afirmou que este foi "um caso político". “O processo foi sempre político. Não estou a dizer que na sua origem fosse político, mas o processo transformou-se sempre num processo político (...). Já não tenho idade nem para acreditar no Pai Natal, nem em acasos", atirou.

[Notícia atualizada às 18h37]

Leia Também: Selminho. Rui Moreira, absolvido, não perde o mandato na Câmara do Porto

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