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Juiz Ivo Rosa levanta arresto sobre todos os bens de primo de Salgado

Magistrado anulou a decisão, de 2019, do juiz Carlos Alexandre.

Juiz Ivo Rosa levanta arresto sobre todos os bens de primo de Salgado
Notícias ao Minuto

08:17 - 22/02/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Espírito Santo

O juiz Ivo Rosa levantou o arresto sobre todos os bens de José Manuel Espírito Santo Silva, primo de Ricardo Salgado, que tinha sido ordenado, em 2019, por Carlos Alexandre, avança a SIC Notícias.

Nesse ano, o também arguido do processo Espírito Santo, deixou de poder aceder a 30 mil euros por mês, ficando 'apenas' com 2.115 euros. Havia já duas casas e três carros arrestados.

Agora que mudou o magistrado no comando do processo, Rosa sublinha, num despacho a que o canal teve acesso, que "não há factos dos quais se possa extrair que o arguido está a organizar atos de venda, cedência ou ocultação de património, ou que o tenha vindo a fazer"

Considerando não haver fundamentação para manter o arresto, Ivo Rosa desbloqueou-o, devolvendo os bens a José Manuel Espírito Santo Silva e anulando a decisão de Carlos Alexandre. 

De recordar que o início da fase de instrução do processo BES/GES, que estava previsto para ontem, às 14h00, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, foi adiado para 29 de março, confirmou à Lusa fonte judiciária. A razão para este adiamento prende-se com motivos de saúde do juiz de instrução Ivo Rosa, que vai presidir a esta fase.

O processo BES: 30 arguidos e 361 crimes

O processo conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes. O mais mediático arguido deste caso é o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado, acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa (um), burla qualificada (29), corrupção ativa (12), branqueamento de capitais (sete), falsificação de documento (nove), infidelidade (cinco) e manipulação de mercado (dois).

São ainda arguidos Morais Pires, José Manuel Espírito Santo, Isabel Almeida, Manuel F. Espírito Santo, Francisco Machado da Cruz, António Soares, Alexandre Cadosch, Michel Creton, Cláudia Boal Faria, Pedro Cohen Serra, Paulo Carrageta Ferreira, Pedro de Almeida e Costa, João Alexandre Silva, Nuno Escudeiro, Pedro Góis Pinto, João Martins Pereira, Paulo Nacif Jorge, Maria Beatriz Pascoa, Frederico Ferreira, Luís Miguel Neves, Rui Santos e Alexandre Monteiro.

As sete empresas acusadas são a Espírito Santo Internacional, Rioforte Investments, Eurofin Private Investment, Espírito Santo irmãos -- Sociedade Gestora de Participações Sociais, ES Tourism Europe, Espírito Santo Resources Limited e ES Resources (Portugal), pelos crimes de burla qualificada, corrupção passiva, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

Iniciado no dia 12 de agosto de 2014, o inquérito do processo 'Universo Espírito Santo' teve origem numa notícia de 3 de agosto desse ano sobre a medida de resolução do BES e analisou um conjunto de alegadas perdas sofridas por clientes das unidades bancárias Espírito Santo.

O despacho do MP chegou quase seis anos depois, em 14 de julho de 2020, deduzindo acusação contra 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), num total de 348 crimes, sendo acrescentados em janeiro de 2022 mais cinco arguidos e 13 crimes, para os totais de 30 arguidos e 361 crimes.

Leia Também: Fase de instrução do julgamento ao caso BES adiada

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