Marta Temido, ministra da Saúde, revelou hoje que as máscaras em contexto escolar poderão deixar de ser utilizadas “numa nova fase”, algo que pais e professores anseiam. Ainda assim, a responsável salientou que ainda devemos “estar alerta”, devido à elevada mortalidade por Covid-19. Por outro lado, também a redução do isolamento para infetados está a ser avaliada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que, segundo a ministra, apresentará um novo conjunto de orientações nos próximos dias.
O uso de máscaras nas escolas trata-se de “uma decisão de saúde pública”, que “compete à DGS e que é avaliada em função daquilo que é o contexto epidemiológico”, começou por esclarecer Marta Temido, em declarações aos jornalistas à margem do 7.º Curso Temático Pré-Jornadas SARS-CoV-2, nas 13.ªs Jornadas de Atualização em Doenças Infeciosas do Hospital Curry Cabral, em Lisboa.
“Vale a pena sublinhar que estamos ainda numa situação de declínio da pandemia, de diminuição do número de casos, de diminuição do risco de transmissão, mas temos ainda alguns fatores que nos levam a estar alerta e, portanto, [levantar o uso de máscara nas escolas] é uma possibilidade numa nova fase”, continuou, acrescentando que a DGS “está a trabalhar num conjunto de normas que serão atualizadas” nos próximos dias.
Quanto à redução do isolamento de casos sintomáticos e assintomáticos, a ministra salienta que este “poderá ser um dos aspetos que venha a ser reduzido” nas novas normas, ainda que a DGS preferisse “fazer essa redução num momento em que avançássemos para outra fase do combate à pandemia, designadamente associar essa redução a uma redução da mortalidade, que é ainda um indicador que nos preocupa”.
“Continuamos com uma mortalidade de quase 60 casos por milhão de habitantes a 14 dias. O indicador que temos por referência que queremos estabilizar é o de 20 óbitos por milhão de habitantes a 14 dias. Até estabilizarmos a incidência e os óbitos, que já estão a cair, gostaríamos de ter ainda alguma prudência e, eventualmente, avançar para essa redução dos casos assintomáticos”, num primeiro momento, explicou. O objetivo, contudo, é “evoluir para uma fase que a decisão de isolamento seja função daquilo que é a declaração de isolamento profilático, passado pelo médico, como em qualquer doença”.
Tendo em conta a desaceleração da adesão à vacinação, Marta Temido realçou que “temos estado a trabalhar não na desativação dos centros de vacinação, mas numa mudança do modelo de vacinação”.
“Tal como estamos a entrar numa nova fase da pandemia, em que podemos implementar um conjunto de mudanças, em relação à própria vacinação também estão previstas um conjunto de mudanças”, adiantou, revelando que “uma parte da resposta poderá ser integrada nos centros de saúde”, o que será comunicado ainda esta semana pelo Ministério da Saúde.
“Teremos eventualmente uma vacinação sazonal. Ainda estamos a aguardar dados da Agência Europeia de Medicamentos [EMA] sobre novas vacinas, o melhor calendário e, portanto, o que vamos fazer neste momento previsivelmente é uma adaptação daquilo que é o dispositivo para novas necessidades mais reduzidas, mantendo a prontidão para outros momentos”, rematou.
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